23/03/2013 - 21:00
Papéis avulsos
A Kroton Educacional mostrou, na terça-feira 19, o porquê de seus papéis se destacarem entre as maiores altas da BM&FBovespa, em 2012. A empresa divulgou um lucro líquido de RS 23,9 milhões, no quarto trimestre, revertendo prejuízo de R$ 7,2 milhões um ano antes. Em 12 meses, seu lucro líquido totalizou R$ 202 milhões. A receita líquida disparou 85% nos últimos três meses do ano, totalizando R$ 365 milhões, impulsionada pelo aumento do número de alunos do ensino superior, após a aquisição da Unopar e da Uniasselvi.
A Kroton, presidida por Rodrigo Galindo, anunciou, ainda, números preliminares do primeiro trimestre de 2013, sinalizando um forte início de ano, ao atingir a marca de meio milhão de estudantes. Segundo Ricardo Correa, diretor da Ativa Corretora, os benefícios das aquisições estão sendo incorporados e deverão impulsionar os resultados neste ano. “A geração de caixa segue sólida e estamos confiantes na performance positiva dos papéis da companhia”, afirma Correa.
Educação financeira
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Quem vem lá
Mais 10 milhões de ações na Localiza
A locadora de veículos Localiza, presidida por José Salim Mattar, vai captar R$ 375 milhões emitindo dez milhões de novas ações. A captação elevará o capital social de R$ 976,7 milhões. A locadora também vai bonificar os atuais acionistas. Os investidores vão receber gratuitamente uma nova ação para cada 20 que possuírem, levando em consideração a posição individual em 30 de abril deste ano.
Construção
Helbor tem cotação recorde
A incorporadora Helbor divulgou, na terça-feira 19, um lucro de R$ 67,9 milhões no ano passado, 21% acima do registrado em 2011, e anunciou uma bonificação pela qual os acionistas que tiverem dez ações receberão três novas. As notícias refletiram-se nos pregões seguintes. Na quinta-feira 21, os papéis da companhia fecharam a R$ 12,95, renovando sua máxima histórica.
Saúde
Amil sai da bolsa
A já anunciada saída da Amil do pregão tem data para acontecer: 23 de abril. Ao todo, a americana UnitedHealth, que comprou a empresa do brasileiro Edson de Godoy Bueno em outubro do ano passado, vai desembolsar R$ 2,87 bilhões para retirar os 93,5 milhões de ações do mercado. O valor é o mesmo do acordo com os controladores, que na época implicava um prêmio de 21,5%. A habilitação de acionistas ocorre entre 21 e 22 de abril.
Destaque no Pregão
Curto-circuito na Cemig
As ações da estatal mineira de energia Cemig caíram 14%, para R$ 22,20, no pregão da quarta-feira 20. O motivo da queda foi a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de reduzir o valor da base de ativos regulatórios da distribuidora, dentro do seu processo de revisão tarifária. “Tudo aconteceu como esperávamos. Estamos surpresos com a reação do mercado”, afirmou o diretor-financeiro da Cemig, Luiz Fernando Rolla, ao tentar acalmar os investidores. Não adiantou.
Palavra do analista: para Victor Martins, analista da Planner, se o discurso da companhia estiver correto, a tendência é de relativa recuperação nas cotações das ações. A recomendação da corretora é a de manutenção dos papéis.
Touro x Urso
No fim da Quaresma, a bolsa vem mantendo os investidores submetidos à abstinência de ganhos. Ações de empresas elétricas e de bancos forçaram a baixa dos principais índices, e há poucos sinais de reversão desse cenário nas próximas semanas devido às notícias ruins no cenário internacional.
Mercado em números
MMX
R$ 792,4 milhões – Foi o prejuízo que a mineradora do grupo de Eike Batista registrou em 2012. O valor é 40 vezes maior que o prejuízo de R$ 19,2 milhões registrado em 2011.
Eztec
R$ 336,2 milhões - Foi o lucro líquido registrado pela construtora em 2012. Outro indicador que chama a atenção foi a margem líquida de 42%, que superou em 12 pontos percentuais as projeções da empresa.
São Carlos
R$ 221 milhões – Foi o lucro anual da empresa de empreendimentos imobiliários em 2012. É o maior lucro na história da companhia.
BTG Pactual
US$ 160 milhões - É quanto o banco de André Esteves captou com a primeira emissão pública brasileira de bônus no mercado chinês. Em setembro, o BTG já havia emitido bônus em pesos colombianos em valor equivalente a US$ 200 milhões.
Alpargatas
70,7 milhões – É a quantidade de calçados, vestuário e acessórios que a empresa vendeu no quarto trimestre de 2012. Destes, 62,3 milhões foram destinados ao mercado nacional.
Pelo mundo
Distribuição bilionária de remédios
As redes de drogarias americanas Walgreens e Alliance Boots fecharam acordo com a empresa de logística Amerisource Bergen, que vai distribuir seus medicamentos pelos próximos dez anos. Em 2014, as remessas podem chegar a US$ 28 bilhões.
Italiana Salini quer avançar na Impregilo
A construtora italiana Salini está disposta a pagar € 1,6 bilhão para aumentar sua participação na compatriota Impregilo, hoje de 30%. Pietro Salini, CEO da Impregilo, diz esperar que o novo grupo gere € 10 bilhões em novas encomendas de infraestrutura no mundo.
A pirâmide do Facebook
A Securities and Exchange Commission dos EUA descobriu um esquema de pirâmide no IPO do Facebook. O acusado, Craig Berkman, pegou US$ 13,2 milhões de 120 investidores interessados nos papéis. Porém, nunca adquiriu as ações.
Personagem
Battistella embarca na logística
Da mesma forma que Aracruz e Sadia, a catarinense Battistella fez apostas erradas no mercado de câmbio e sofreu prejuízos pesados com derivativos durante a crise de 2008. Diferentemente das duas empresas, que trocaram de dono, a Battistella não mudou de mãos. Ela vendeu ativos e cortou custos para sobreviver. Segundo Rildo Pinheiros, diretor de RI, a meta é faturar R$ 1 bilhão em 2013, apostando em logística e na revenda de caminhões.
Rildo Pinheiros, diretor de RI: “Temos espaço para duplicar a área portuária”
Como a empresa perdeu R$ 160 milhões com derivativos?
Nossa situação foi similar à que ocorreu com Aracruz e Sadia. Perdemos dinheiro com o câmbio e tivemos de buscar alternativas para sobreviver.
Quais foram essas alternativas?
Vendemos nossos ativos florestais, que estavam na origem do grupo, e renegociamos as dívidas com os bancos. Não temos mais um galho sequer. Nossa aposta agora é na logística e na venda de veículos. Somos processadores e exportadores de madeira. Movimentamos 42% do volume de madeira que é exportado pelo porto de Itapoá, no litoral norte de Santa Catarina. Temos uma empresa que corta madeira e a vende para o Brasil e para o Exterior. Também vendemos caminhões Scania em 14 revendas em todo o País e representamos 18% do faturamento total da marca.
Qual a importância dessas atividades no faturamento do grupo?
A revenda de caminhões representa atualmente 90% do nosso faturamento, mas as melhores perspectivas estão em Itapoá. É um porto privado, especializado em cargas secas, e que atualmente movimenta o equivalente a 500 mil contêineres de 20 pés anuais. Nossa meta é quadruplicar essa capacidade nos próximos 12 meses. Para isso, nós e nossos sócios, a Logz Logística e a Aliança Navegação e Logística, vamos investir R$ 750 milhões. Temos espaço para expandir e duplicar a área portuária.
Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira