A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou estar “muito honrada por ter sido indicada para a presidência” do Banco Central Europeu (BCE), e que vai deixar o cargo no organismo multilateral.

Os dirigentes europeus acordaram, nesta terça-feira, os principais cargos para a direção da União Europeia, que terá duas mulheres em cargos cruciais: uma ministra alemã, Ursula von der Leyen, à frente da Comissão, e a francesa Lagarde no BCE, substituindo o italiano Mario Draghi.

“Em vista do exposto e em consulta com o Comitê de Ética da Diretoria, decidi deixar temporariamente minhas funções como diretora-gerente (DG) do FMI durante o período de nomeação”, disse ela em um tuíte.

A nomeação significa que Lagarde se demitirá dois anos antes do final de seu segundo mandato de cinco anos no comando do FMI, o que vai motivar a busca por um substituto.

O Fundo anunciou ainda nesta terça que Lagarde será substituída interinamente pelo número dois da entidade, o americano David Lipton.

“Aceitamos a decisão da senhora Lagarde de renunciar temporariamente às suas responsabilidades no FMI durante o período de nomeação” ao BCE, disse a entidade em um comunicado.

“Temos plena confiança no vice-diretor-gerente David Lipton como diretor-gerente em exercício”, acrescenta a nota.

Por tradição, desde que as instituições foram criadas na esteira da Segunda Guerra Mundial, um europeu sempre liderou o FMI e um norte-americano esteve à frente do Banco Mundial.

Sua nomeação atraiu elogios a Lagarde por seu papel na liderança da instituição após a crise financeira global.