10/02/2021 - 12:58
Em meio à pandemia do novo coronavírus, a cidade de São Paulo viu os lançamentos de novos imóveis caírem 8% em 2020, a 60 mil unidades, enquanto as vendas subiram 4%, a 51,4 mil unidades. Os números são do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), divulgados em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, 10.
De acordo com o economista-chefe Celso Petrucci, os empreendimentos ligados ao programa Casa Verde e Amarela (ex-MCMV) responderam por 29,4 mil dos lançamentos no ano passado, enquanto imóveis ligados ao médio e alto padrão tiveram lançamentos de 16,6 mil, e de até um dormitório, 14,1 mil. O valor geral de vendas (VGV) foi de R$ 25,024 bilhões, uma queda de 5% ante 2020, enquanto a velocidade de vendas (VSO) teve taxa de 11%.
“É bom notar que a demanda por imóveis de médio e alto padrão é maior que as 16,6 mil unidades vendidas em 2020, mas em decorrência das questões de restrição envolvendo a pandemia tivemos uma compressão na procura de interessados”, comenta Petrucci.
O Secovi destaca que a força dos empreendimentos lançados dentro do programa Casa Verde e Amarela sustentaram o mercado imobiliário na cidade em 2020, respondendo por 49% dos lançamentos totais, e um tíquete médio de R$ 200 mil. “O crescimento nos lançamentos foi de 11% no CVA e poderia ter sido muito maior não fosse a limitação de recursos e o teto de R$ 240 mil nas unidades aqui em São Paulo”, falou.
Para 2021, o sindicato prevê alta no volume geral de vendas entre 5% a 10%, repetindo o bom desempenho dos dois últimos anos em unidades lançadas e vendidas. Mas o presidente Basilio Jafet fala que há uma certa preocupação envolvendo a alta nos preços de insumos de construção que podem afetar essa estimativa.
“Estamos muito otimistas com o mercado imobiliário de São Paulo, mesmo com essas questões envolvendo a pressão inflacionária nos materiais de construção”, comenta Jafet, destacando que a previsão do Secovi era que ao fim do primeiro trimestre os preços começassem a se estabilizar. “Não parece ser mais o caso, se os insumos continuarem neste ritmo as construtoras ligadas ao CVA podem ter um gargalo muito importante, uma vez que as margens deles já são comprimidas e não podem repassar os custos aos clientes.”