A Latam, empresa resultante da fusão entre a brasileira Tam e a chilena Lan, registrou  lucro de US$ 52 milhões no terceiro trimestre deste ano, recuperando as perdas de US$ 49 milhões no mesmo período do ano passado. Sua receita também oscilou positivamente no trimestre: US$ 3,36 bilhões, ante US$ 3,34 bilhões em 2012. Depois de registrar um prejuízo recorde de US$ 448,7 milhões no segundo trimestre deste ano, que gerou dúvidas em relação à união entre a chilena Lan e a brasileira Tam, os executivos da empresa tiveram um motivo para comemorar. Segundo especialistas, o resultado mostra que a união foi sim um bom negócio. 

 

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Corte de custos da TAM ajudou a Latam a conquistar melhores resultados em 2013

 

A redução de custos nas operações da empresa brasileira foi o grande motivo para a melhora da Latam. Em agosto, a TAM anunciou o corte de 811 tripulantes de voo. Além disso, a negociação no barateamento de combustíveis também foi fundamental para o resultado. ?A empresa mudou a frota, colocou aviões mais eficientes e o cenário no setor petrolífero também ajudou?, afirma Bianca Faiwichow, analista da corretora mexicana GBM.

 

Apesar da recuperação, a Tam espera aumentar sua oferta de assentos por quilômetro transportado em, no máximo, 2%. Essa realidade, no entanto, pode mudar em breve, segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo (Cepta), Respício do Espírito Santo. Para ele, qualquer empresa que se envolve em uma fusão leva um tempo para se recuperar. ?Ela fica no limbo no começo para se ajustar ao mercado?, diz Espírito Santo. ?Trata-se de uma união de duas companhias de países diferentes com legislações distintas, o que atrapalha ainda mais.?

 

De acordo com o especialista, a entrada da TAM no grupo One World, ao qual a Lan já é filiada, vai potencializar as sinergias entre as companhias e, consequentemente, melhorar seus resultados. ?A TAM perdeu diversas facilidades de negociação quando saiu da Star Alliance e recuperará só agora?, afirma Espírito Santo.

 

Em conferência com os acionistas, o diretor da Latam, Andrés Osório, informou que a empresa fará uma oferta de ações nos mercados de São Paulo, Nova York e Santiago, totalizando US$ 1 bilhão, para se proteger da volatilidade cambial e melhorar a eficiência. 

 

A variação da moeda americana, aliás, foi uma das principais vilãs no setor e, por isso, a Latam realizou operações de hedge em contratos de câmbio futuro no valor de US$ 500 milhões. ?O setor aéreo fica muito exposto a volatilidades, tanto macroeconômicas como desastres naturais?, diz Espírito Santo. Segundo Bianca Faiwichow, da GBM, a empresa foi prejudicada pelos tempos difíceis da aviação. ?Temos que fazer essa defesa?, diz a analista. ?Ela foi mal nos últimos tempos, mas o mercado está bem complicado.?

 

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