14/09/2022 - 16:00
Uma das quatro trilhas temáticas do maior evento sobre varejo e experiência de consumo da América Latina, a inovação é detalhada em estudo inédito elaborado pela equipe internacional de especialistas da Worth Global Style Network (WGSN), que DINHEIRO reproduz com exclusividade de forma resumida. Ele foi o tema da palestra apresentada na tarde desta quarta-feira (14) pela socióloga e jornalista Ligia Paes de Barros, head da WGSN Mindset. Responsável por liderar o desenvolvimento de estratégias para marcas como Nescafé, Natura, O Boticário, Sadia, Perdigão e Shell, Lígia é uma das dezenas de especialistas reunidas no evento que vai até a quinta-feira (15) em formato fígital: ao vivo no Expo Center Norte, em São Paulo, e com transmissão on-line. Prepare-se para vislumbrar (e entender) o futuro.
A sigla STEPIC corresponde às palavras em inglês para sociedade, tecnologia, meio ambiente, política, indústria e criatividade. Ela define a metodologia da WGSN, empresa de previsão de tendências fundada em 1998 em Londres pelos irmãos Julian e Marc Worth, para mapear os 12 temas incluídos no estudo Futuras Inovações. Destacamos cinco pontos-chave da pesquisa:
- Tecnologia de duas faces
O paradoxo tecnológico continua a se aprofundar, com novas plataformas que prometem um futuro melhor ao mesmo tempo em que contribuem para aumentar a desigualdade e segregação.
Segundo a Bloomberg Intelligence, o metaverso irá valer quase US$ 800 bilhões em 2024. As identidades virtuais irão mudar a forma como agimos e compramos. O reality show Alter Ego, onde competidores se apresentam nos bastidores enquanto seus alter-egos digitais ocupam o palco, já mostra como os avatares podem ser usados para alterar nossas personas.
- É tudo real
As mídias sintéticas estão evoluindo rapidamente. Assim como a realidade virtual (RV) e aumentada (RA), esses avanços levantam uma questão: como saber o que é ‘real’ quando vídeos, vozes, textos e dados podem ser facilmente alterados?
À medida que essa distinção perde importância, os ídolos virtuais oferecerão uma oportunidade muito atraente de anonimato – Vtubers (YouTubers com avatares digitais) como a japonesa Kizuna AI já alcançaram sucesso internacional.
- Design de protopias
A necessidade urgente de imaginar e construir um futuro melhor irá levar o público e as marcas a explorarem o conceito de protopia – termo cunhado pelo futurista americano Kevin Kelly para descrever “um mundo que está melhor hoje do que ontem, ainda que só um pouco”.
Mais realista que uma utopia e mais motivadora que uma distopia, a ideia de protopia servirá de base para uma visão positiva do futuro, ou o que o ambientalista Bill McKibben define como um “mundo que vale a pena querer”.
Entre as iniciativas que promovem, no presente, uma ideia colaborativa de futuro usando metodologias como a análise preditiva e o futures thinking, há o programa de Futures Literacy da UNESCO; o Foresight Observatory, da britânica Careful Industries; o Festival Futuros Possíveis promovido pela Casa Firjan no Rio de Janeiro; e o novo Museu do Futuro de Nuremberg.
- Coletividade contemporânea
O investimento em infraestrutura vem se tornando uma prioridade cada vez maior. Por esse motivo, iniciativas inovadoras e colaborativas passarão a contribuir para a atualização do conceito de coletividade – espaços e sistemas compartilhados definidos segundo costumes e práticas culturais.
Sistemas alimentares colaborativos estão conectando comunidades e aumentando o acesso à alimentação: localizado em Salt Lake City, o Marcellus Foods é um mercado e centro regional de processamento de alimentos cujo objetivo é oferecer alimentação caseira saudável para todos.
- Inteligência coletiva
A importância das redes conscientes tende a aumentar conforme reconsideramos o conceito de ‘inteligência’ e passamos a trabalhar de forma coletiva para articular diferentes tipos de conhecimento.
O mercado global de IA irá valer US$ 554,3 bilhões até 2024, e cada vez mais produtos serão projetados com ajuda de máquinas. O setor de IA da Sony colaborou com a Universidade da Coreia para criar o FlavorGraph, um programa que prevê o resultado final da combinação de dois ingredientes. Para isso, ele combina dados de 1.561 moléculas de sabor com o arquivo de mais de um milhão de receitas da empresa.
A inteligência natural será um recurso igualmente atraente. Recentemente, o estúdio de design britânico Auroboros criou um vestido ‘vivo’ para Ai-Da, uma artista-robô humanoide, que irá se cristalizar e crescer com o tempo.
*Publicado com autorização da Gouvêa Ecosystem, empresa organizadora do Latam Retail Show