30/09/2021 - 8:16
A lava do vulcão Cumbre Vieja, da ilha espanhola de La Palma, que desemboca no mar já ganhou terreno na água e formou uma língua de mais de dez hectares de superfície – informou o Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) nesta quinta-feira (30).
“A estimativa é que já passa dos dez hectares”, disse à AFP o porta-voz do Involcan, David Calvo, acrescentando que a instituição fará uma medição mais exata com drones nas próximas horas.
O fluxo de lava do Cumbre Vieja, em erupção há 11 dias, chegou ao mar na madrugada de quarta-feira (29), após percorrer em torno de seis quilômetros. Devastou tudo em seu caminho.
Desde então, com o vulcão expelindo material sem parar, a cascata de lava continua a desaguar no Oceano Atlântico. O delta que está-se formando segue em crescimento.
“Os rios de lava continuam descendo pelo canal de lava em direção ao mar (…), estamos em uma fase de estabilidade”, explicou David Calvo.
A lava chegou ao mar sem produzir, até o momento, os efeitos mais temidos, como explosões, ou ondas de água em alta temperatura, embora estejam sendo liberados gases potencialmente tóxicos. Esta liberação é resultado da reação do contato da lava, a mais de 1.000°C, com a água salgada.
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Nesta quinta-feira, “continua havendo uma coluna de gás, similar ao que acontecia ontem”. Hoje, porém, o vento, que no dia anterior ajudou a dissipar rapidamente o gás, diminuiu.
A administração de La Palma mantém os bairros de Tazacorte, município onde a lava chegou ao mar, em confinamento desde segunda-feira (27). O objetivo é evitar o impacto dos gases na população.
“A erupção afetou em torno de 476 hectares” desta ilha, que tem uma superfície de cerca de 70.000 hectares, e destruiu “um total de 744 construções”, tuitou o governo local.
A erupção também levou 6.000 pessoas a abandonarem suas casas nesta ilha de 85.000 habitantes. Além disso, o cultivo de banana, sua principal atividade econômica, foi gravemente afetado.