Comodidade e tecnologia. Unindo essas duas premissas, os paulistanos Nelson Naspitz e Geraldo Luiz Yoshizawa criaram o Limelocker, um inédito sistema de lavanderia no País que pode ser instalado em edifícios corporativos ou residenciais. A proposta é tão simples quanto inovadora. Trata-se de um serviço completamente controlado pela internet, em um formato que lembra armários de vestiário. O cliente coloca as peças nos compartimentos, faz a requisição de lavagem por meio de um aplicativo de celular e a empresa recolhe as roupas, manda-as para a lavagem e as devolve nos armários. Tudo isso em até 48 horas, com preços 20% menores, em média, em comparação às lavanderias tradicionais.

“Praticidade e comodidade são prioridades atualmente”, diz Yoshizawa. “Lavar roupas é um serviço desgastante. Por isso, queremos fazer esse serviço chato utilizando a tecnologia a nosso favor.” A empresa nasceu em setembro do ano passado, inspirada na americana Laundry Locker, inovadora lavanderia de São Francisco, na Califórnia. A diferença é que a Limelocker desenvolveu um aplicativo para smartphones para agilizar o processo, enquanto na lavanderia americana todo o processo é feito via SMS ou e-mail. O desenvolvimento desse aplicativo consumiu a maior parte do investimento inicial de R$ 1 milhão feito pelos empresários brasileiros.

“Nossos armários são equipados com código de barras que podem identificar com precisão o usuário e os serviços preferidos”, afirma Yoshizawa. O primeiro local a instalar os armários foi o edifício comercial Pátio Victor Malzoni, na avenida Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista. Hoje, há 20 pontos de coleta, inclusive nas sedes do Grupo Odebrecht e da petroquímica Braskem. Para garantir essa expansão, Yoshizawa afirma que serão necessários mais R$ 1 milhão em investimentos na empresa. Segundo ele, a Limelocker está em negociações com prédios instalados na avenida Paulista, o centro financeiro de São Paulo. “Em 2014, o objetivo é entrar em Brasília e no Rio de Janeiro por meio de parcerias.

São lugares em que podemos ser competitivos”, diz Yoshizawa. Outro mercado que a Limelocker deve atacar é o de prédios residenciais com apartamentos compactos. A empresa já firmou parceria com as construtoras BKO e Vitacon, que passarão a oferecer o Limelocker em seus projetos. Yoshizawa afirma que o Limelocker tem servido também como laboratório de um projeto maior. A empresa já negocia com redes de supermercados e farmácias para instalar nos estacionamentos uma estação de recebimento com funcionamento 24 horas. “A ideia é usar esses armários para outros serviços, como o de coleta e entrega de documentos, por exemplo”, diz o empresário.

“O investimento será menor, porque já dispomos de toda infraestrutura necessária para isso.” Para o consultor em varejo e inovação do Sebrae-SP, Gustavo Carrer, a utilização de armários para serviços de coleta e entrega é ainda pouco usada no Brasil, mas possui grandes perspectivas de crescimento. “É a volta da caixa-postal”, diz Carrer. “Com a vida mais agitada, principalmente daqueles que não têm tempo para se ocupar das tarefas domésticas, armários podem ser usados para qualquer tipo de serviço”, afirma. Segundo ele, com essa tecnologia se elimina o fator mão de obra e, consequentemente, se reduz o custo de uma operação. “As demandas não são novas”, diz o consultor. “A tecnologia é que está mudando o jeito de fazer.”