Rendimento isento de imposto de renda. Essas palavras juntas têm a capacidade de atrair a atenção de muitos investidores brasileiros. A isenção de IR é um grande atrativo para ativos tanto de renda fixa (como LCIs e LCAs) quanto de renda variável (como os dividendos de ações). Mas essa informação sozinha não deve (ou não deveria) direcionar o investimento.

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O Bora Investir conversou com especialistas para entender quais outras características dos ativos devem ser levadas em consideração na hora de escolher onde alocar seu dinheiro.

Renda Fixa: entendendo os investimentos

Recentemente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou que irá reduzir, a partir de agosto, o prazo mínimo de vencimento das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e das Letras de Crédito Imobiliário (LCI), de nove para seis meses.

Esses títulos – isentos de IR – são comumente comparados com os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), que não contam com a isenção. Mas como escolher entre eles?

Os três são títulos privados emitidos por bancos e têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no limite de até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira. Por esse motivo, são títulos com risco de crédito comparável, diz José Carlos de Souza Filho, professor da FIA Business School.

CDB

Segundo o professor, os grandes bancos costumam emitir CDBs com rendimentos que variam de 85% a 95% do CDI (atualmente em 11,8% ao ano), e constituem uma alternativa mais rentável do que a Poupança.

Contudo, seus rendimentos estão sujeitos à tributação do IR pela tabela regressiva, cuja alíquota cai a depender do tempo em que o investidor mantém seu dinheiro no título.

  • Até 180 dias – 22,5%
  • De 181 a 360 dias – 20,0%
  • De 361 a 720 dias – 17,5%
  • Acima de 720 dias – 15,0%

É importante considerar que CDBs de instituições maiores tendem a oferecer taxas menores, enquanto bancos menores podem proporcionar retornos mais atrativos.

Outro ponto a avaliar é a liquidez. Hoje, há diversas instituições que oferecem títulos com liquidez diária (ou seja, que podem ser resgatados a qualquer momento pelo investidor). Essas opções, no entanto, tendem a oferecer uma rentabilidade menor do que títulos com prazo de vencimento mais longo. Nesse caso, é importante avaliar a capacidade de o investidor manter os valores investidos até o vencimento.

LCIs e LCAs

Segundo o professor da FIA, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são ideais para investidores que desejam financiar esses setores específicos. Para ele, essas opções se destacam no longo prazo. No entanto, geralmente possuem prazos de resgate determinados, o que pode limitar a liquidez. Assim, são mais adequadas para investidores que não preveem a necessidade de acesso imediato ao capital.

Quando vale a pena investir em renda fixa isenta de IR?

Na hora de comparar a rentabilidade entre títulos, é preciso levar em consideração a cobrança do imposto. “É importante lembrar que os títulos isentos de imposto de renda costumam oferecer rendimentos brutos menores do que os títulos tributados, ainda que apresentem riscos semelhantes. Por isso, em muitos casos, o retorno líquido para o investidor tende a ser bastante próximo entre as duas opções”, lembra João Neves, analista da EQI Research.

Segundo ele, o investimento em renda fixa isenta costuma ser mais vantajoso especialmente para investidores com horizonte de curto prazo, pois evita a incidência das alíquotas mais altas da tabela regressiva de imposto, que incidem sobre aplicações mantidas por períodos menores.

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