Papéis avulsos

 

O mercado acionário enfrenta vários obstáculos para se tornar uma aplicação popular no Brasil. Um deles é a promessa de dor de cabeça para os investidores que querem estar em dia com o Leão. As compras e vendas de ações têm de ser informadas detalhadamente ao Fisco por meio de uma declaração específica, a de ganhos de capital. Para mudar isso, Edemir Pinto, CEO da BM&FBovespa, reuniu-se na quinta-feira 6 com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. 

 

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Pinto foi defender uma proposta de mudança na tributação. ?Vamos sugerir ao governo que a cobrança do imposto seja diferida?, diz ele. A proposta funcionaria como as antigas contas-investimento: o investidor deposita o dinheiro em uma conta específica para comprar e vender ações e opções, pagando imposto ao resgatá-lo, se houver lucro. ?A Bolsa auxiliaria a Receita no cálculo do tributo, o que facilitaria a vida do investidor e evitaria a sonegação?, diz Pinto.

 

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Quem vem lá


A nova tacada de Eike

 

A Usina Termelétrica Itaqui, no Maranhão, da MPX Energia do empresário Eike Batista, entrou com pedido de registro de companhia aberta junto à Comissão de Valores Mobiliários na segunda-feira 3. Localizada no Distrito Industrial de São Luís e movida a carvão mineral, a usina tem capacidade para gerar 360 MW de energia, o suficiente para abastecer, em média, 65% do Estado. A Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou a operação comercial da UTE Itaqui no início do ano.

 

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FIQUE DE OLHO:

O IPO da MPX Energia aconteceu em dezembro de 2007 e, desde então, os papéis da companhia acumulam desvalorização de 22,45%.

 

 

 

 

Energia


Assembleia do Grupo Rede é adiada 

 

A assembleia dos credores do Grupo Rede, sob intervenção desde agosto de 2012, foi adiada da quarta-feira 5 para o dia 3 de julho. Os credores vão definir o plano de recuperação da empresa de energia. CPFL e Equatorial Energia já firmaram um compromisso para a transferência do controle, mas Copel e Energisa também apresentaram propostas, o que animou os credores. 

 

 

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Destaque no pregão


Siderúrgicas em queda

 

A decisão do governo de zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investidores estrangeiros nas aplicações em renda fixa, na tentativa de frear a alta do dólar, mexeu com os papéis das siderúrgicas. Nos pregões da quarta-feira 5 e quinta-feira 6, as ações das empresas do setor, forte na exportação e que é beneficiado com a alta do dólar, ficaram entre as principais quedas do Ibovespa. Os destaques na baixa foram Usiminas e CSN, que acumulam uma desvalorização de 6,9% e 5,8% no período.

 

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Palavra de analista:

Segundo Alan Oliveira, analista da Futura Investimentos, além do câmbio, os indicadores chineses abaixo do esperado e o mau humor do mercado mexeram com as ações. ?O investidor deve ter cautela, pois qualquer tentativa governamental de intervir no câmbio pode influenciar os papéis?, diz.

 

 

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Resultados


Lucro 80% menor derruba Cosan

 

O lucro líquido da Cosan, em-presa de energia consolidada pelo bilionário Rubens Ometto, caiu 80% no quarto trimestre fiscal, terminado em março, para R$ 29,7 milhões. Segundo a empresa, o aumento de custos devido à estratégia de ampliar as exportações afetou as margens. O resultado mexeu com as ações, que caíram 5% na quinta-feira 6.

 

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Touro x Urso

 

As perspectivas pessimistas para as economias da China e dos Estados Unidos e a volatilidade do dólar em relação ao real podem afetar negativamente os resultados das empresas exportadoras. Essa indefinição deve fazer o Ibovespa continuar testando o piso de 52.000 pontos na semana. 

 

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Mercado em números


Grupo Ultra

R$ 1,4 bilhão – é o montante que a empresa, que reúne ativos em distribuição de combustíveis, GLP, químicos e logística, vai investir em expansão orgânica em 2013.

 

JBS

R$ 500 milhões – é quanto o frigorífico pretende captar com a emissão de debêntures simples, que serão utilizados na reestruturação das dívidas que vencem em 2013. A operação será realizada em até três séries.

 

Vigor

R$ 410 milhões – é o quanto a empresa de laticínios vai emitir em debêntures de sete anos, em duas séries. Os recursos serão utilizados para pagar dívidas e financiar a compra de leite.

 

SLC Agrícola

R$ 37,5 milhões – foi o valor pago pela produtora agrícola, por meio da subsidiária SLC LandCo, na aquisição de dez mil hectares de terras no Maranhão. Da área adquirida, 5.263 hectares são de Cerrado agricultável.

 

Petrobras

US$ 144 milhões – é o valor que a petrolífera estatal vai investir, entre 2013 e 2017, na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados no Paraná (Fafen-PR), em Araucária. A fábrica foi comprada da Vale por US$ 234 milhões.

 

 

 

 

Pelo mundo


Menos peões em Farmville

 

A fabricante de jogos para redes sociais Zynga, criadora do FarmVille, vai demitir 18% do seu quadro de funcionários, o equivalente a 520 pessoas. O objetivo da empresa é cortar despesas. A medida vai causar uma redução de US$ 80 milhões nos gastos. As ações da empresa acumulam queda de 16,3% desde o anúncio, na segunda-feira 3.

 

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Danone quer alongar dívida

 

A Danone vai emitir ? 650 milhões em títulos de seis anos, com o objetivo de diversificar suas fontes de financiamento e alongar sua dívida. Os papéis, que vão pagar juros de 1,4%, serão listados na Euronext de Paris. Em junho, as ações caíram 2,43% na bolsa francesa.

 

 

 


GM volta ao S&P 500 e Tesouro vende ações

 

A General Motors substituiu a Heinz no índice S&P 500. A empresa de alimentos, que pertence agora a Warren Buffett e a Jorge Paulo Lemann, deve fechar seu capital. A GM estava fora do índice desde 2009. Na quarta-feira 5, o Tesouro americano anunciou que venderá 30 milhões de ações da montadora. Os papeis caíram 2,7%.

 

 

 


Personagem


CCP vai ao shopping

 

Tradicional no desenvolvimento, aquisição, locação e venda de imóveis comerciais do Brasil, a Cyrela Commercial Properties (CCP) vai aumentar a participação em shopping centers e em galpões, aproveitando as oportunidades nesses segmentos. ?O Brasil tem um mercado muito promissor nessas áreas?, diz Dani Ajbeszyc, diretor-financeiro e de relações com investidores. Ele falou com a DINHEIRO:

 

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Dani Ajbeszyc, diretor-financeiro e de RI: “O investidor tem que ficar

de olho nos resultados dos projetos que estão em desenvolvimento”

 

Por que a companhia quer aumentar a participação em shoppings e em galpões?

É uma mistura de estratégia com oportunidade. O crescimento da renda da população e o consumo em alta incentivam a atividade nos shoppings, e esse setor está em expansão no País. O aumento do consumo também é positivo para o segmento de galpões. 

 

O segmento de escritórios vai ser deixado de lado?

Não vamos deixar de lado, afinal é uma área em que temos grande tradição, mas existem algumas restrições para o seu desenvolvimento. Como concentramos nossa atividade em imóveis de altíssimo padrão nas regiões mais nobres de São Paulo e do Rio de Janeiro, temos vivenciado uma falta de terrenos disponíveis.

 

Com relação à atuação geográfica, qual é a estratégia da CCP?

Para escritórios, o foco é São Paulo e Rio de Janeiro, onde estão os principais bancos e bancos de investimentos e sedes de multinacionais. Para os shoppings, estamos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Pará e vemos essa diversificação geográfica como estratégica, sempre analisando os prós e os contras de cada região. Quanto aos galpões, o objetivo é atingir as principais cidades das regiões Sudeste e Sul do País.

 

As ações da empresa subiram 55% em 2012, mas neste ano os ganhos estão menores. O que os investidores devem esperar? 

O movimento está mais relacionado ao mercado em geral do que à empresa propriamente dita. Nosso lucro anual cresceu de R$ 23 milhões em 2007 para R$ 153 milhões em 2012 o que indica que estamos no caminho certo. O investidor tem de ficar de olho, também, nos resultados dos projetos que estão em desenvolvimento. Temos 324 mil metros quadrados em projetos que serão entregues até 2015.

 

 

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Colaborou: Patricia Alves