05/09/2019 - 13:12
Revoltado com a prisão – que durou menos de 24 horas – de seus pais, os ex-governadores do Rio Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, o deputado Wladimir Garotinho (PRP/RJ) defendeu taxativamente, no Plenário da Câmara, o projeto da Lei do Abuso de Autoridade. “A Lei do Abuso vai frear canalhas!”, declarou, sem citar nomes.
“Aos que comemoram ou fizeram piadas de mau gosto, saibam que hoje foi com meus pais”, seguiu o parlamentar. “Amanhã, pode ser qualquer um de vocês. A Lei de Abuso de Autoridade não é somente necessária. Ela é a única solução para frear os canalhas que se fingem de salvadores da pátria e se utilizam da Justiça para fazer justiçamento.”
Garotinho e Rosinha foram presos na terça-feira, 3, por ordem da 2ª Vara de Campos dos Goytacazes, na região norte fluminense. Segundo o Ministério Público (MP), durante o mandato de Rosinha como prefeita de Campos, ela e o marido receberam propinas de R$ 25 milhões e desviaram R$ 62 milhões dos programas de casas populares Morar Feliz I e Morar Feliz II. O casal nega enfaticamente a prática de ilícitos.
Menos de 24 horas depois da prisão dos Garotinho, o desembargador Siro Darlan, no plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), acolheu pedido da defesa e concedeu habeas corpus para os dois ex-governadores.
Na quarta-feira, 4, no Plenário da Câmara, Wladimir Garotinho reagiu. “Já não é de hoje que um grupo da Justiça local de Campos vem perseguindo minha família. Somos sujeitos a todo tipo de humilhação por um grupo que, por interesses políticos e financeiros, tenta a todo custo destruir a minha família e a honra dos meus pais. Até quando?”, perguntou.
“O suposto crime aos meus pais inputados seriam de caixa dois eleitoral de uma denúncia feita há mais de cinco anos sem nenhum fato novo e sem nenhuma prova material”, afirmou.
O deputado também atacou testemunhas do processo. “Quem são as testemunhas deste processo? Marcos Soares, que ataca todos os dias nas redes sociais. Demonstrando todo o caráter político desse processo. A outra testemunha, é Beth Megafone, figura conhecida de outro processo marcado por nulidades a ponto de o ministro Luiz Fux chamá-la de pessoa indigna de fé, por a todo tempo ela mudar suas versões e contar mentiras”.
O deputado nega superfaturamento nos programas de obras populares. “A própria Odebrecht entrou com ação contra a prefeitura de Campos entrou com ação por prejuízo contratual, alegando valores recebidos que nunca foram pagos pela prefeitura. Como houve superfaturamento?”
Segundo Wladimir Garotinho, “um dos promotores que assinou o pedido de prisão contra seus pais intimidou uma pessoa de quem colhia depoimento dizendo “é melhor você dizer o que eu preciso ouvir”.
“Saindo daqui, eu vou colocar uma bermuda, um tênis e vou pra casa. Você pode não ter a mesma sorte”, afirmou o parlamentar. “A pessoa que foi intimidada gravou um depoimento dizendo isso. Se isso não é abuso de autoridade, o que mais pode ser?”, questionou.