Por Christina Thykjaer

MADRI (Reuters) – Uma lei espanhola aprovada no ano passado, que obriga empresas de aplicativos a contratarem entregadores, causou escassez de mão de obra, já que muitos preferem permanecer autônomos e trabalhar para rivais que desrespeitam o regulamento, disse o Uber Eats nesta terça-feira.

A filial espanhola da divisão de entrega de alimentos da Uber publicou nesta terça-feira uma carta aberta ao Ministério do Trabalho reclamando que os contratos oferecidos a entregadores autônomos não conseguiram reter o suficiente para garantir seus serviços.

“Não encontramos entregadores suficientes porque estes preferem trabalhar por conta própria com a Glovo,… a única empresa que o permite, contra a Lei dos Entregadores”, disse a Uber Eats, referindo-se ao decreto de maio de 2021, no qual empresas devem fazer contratos formais de trabalho para proteger trabalhadores de entregas.

Um porta-voz da Glovo disse que a empresa, que foi adquirida pela Delivery Hero, não infringiu nenhuma lei e que tomou medidas para garantir o cumprimento.

O Ministério do Trabalho disse que exigiu que todas as plataformas cumpram a nova lei. “A maioria das plataformas digitais respeita essa regra”, disse o ministério, sem citar nomes de empresas que não aderiram.

O decreto espanhol, apoiado por sindicatos e associações empresariais, foi recebido com ceticismo por várias associações de motociclistas e especialistas trabalhistas, que disseram que a nova leio não resolveu completamente a situação.

A Uber Eats disse que os entregadores preferem flexibilidade para se concentrarem em horários lucrativos como autônomos do que os melhores contratos de trabalho de proteção social, mas que vêm com requisitos de trabalho em horários menos lucrativos.

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