O ex-diretor de Transição Energética da Petrobras e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que está torcendo para que o leilão de reserva de capacidade (LRCAP) seja realizado o mais rápido possível, mas observou que não há risco no curto prazo.

“Minha cabeça é de planejador, então eu acho que a questão não é se vai ter problema no segundo semestre; para mim, o segundo semestre já é passado. A gente tem que se preparar, porque o que você faz hoje vai garantir justamente o depois, o amanhã e o depois de amanhã. Então, eu acho que, olhando para frente, a gente precisa desse leilão”, disse o executivo após debate no Energy Summit 2025, evento que está sendo realizado no Rio de Janeiro até a quinta-feira, 26.

Sobre a judicialização do LRCAP, que provocou o adiamento do certame e deve levar a uma Consulta Pública ainda este mês, Tolmasquim disse que o setor elétrico tem usado bastante o questionamento na Justiça para tentar resolver os problemas, mas que isso é um modo de operar “muito ruim”.

“Eu acho que isso é uma questão de perde-perde, porque todo mundo vai acabar perdendo aí nessa ânsia de ter uma coisa que seja um pouquinho melhor para uma regulação, ou um contrato, ou uma regra, seja melhor para o seu grupo”, explicou. “E acaba que você não tem nada e não se contrata a nada. Às vezes, o leilão, da maneira que ele é formatado, não vai atender exatamente a 100% dos grupos, e é isso mesmo”, acrescentou o especialista, com experiência de anos de leilões de energia elétrica na EPE.

De acordo com Tolmasquim, a consulta pública será importante para ouvir todos os lados e tomar a melhor decisão para a realização do leilão, anteriormente previsto para o final deste mês.