Que tal se deitar em uma cama que já foi ocupada pela bela atriz alemã Marlene Dietrich ou então refestelar-se no confortável sofá usado pelo escritor americano Truman Capote? Essas e outras peças que contam a história do sofisticado Hotel Plaza já estão ao alcance do mais comum dos mortais. Na sexta-feira 19, começou o leilão de milhares de objetos que ornamentavam o empreendimento. Erguido na exclusiva esquina da Quinta Avenida com o Central Park, em Nova York (EUA), o edifício de 19 andares é um dos maiores ícones da cidade. Já foi morada temporária de nobres, hospedou celebridades e foi cenário de diversos filmes. Apesar disso, não é preciso ter milhões de dólares na conta bancária para levar um ?pedaço? desse glamour para casa. Basta comparecer a uma das rodadas diárias do pregão de venda que acontecem no lobby do hotel. Objetos prosaicos como maçanetas e travesseiros com o logotipo do Plaza têm lance inicial fixado em módicos US$ 8. A venda, que vai até acabar o estoque, também contempla itens com preço unitário acima de US$ 500: camas king-size (US$ 750), espelhos de cristal (US$ 625), lustres (US$ 450) e cômodas com gavetas (US$ 1,85 mil). É nessa faixa que os promotores do leilão esperam que haja mais disputa entre representantes dos antigos hóspedes, que não se importavam em pagar US$ 1,4 mil para passar a noite em uma das suítes do hotel.

O Plaza fechou as portas em 30 de abril último, pouco depois de ser adquirido pela Elad Propierties. O grupo de origem israelense desembolsou US$ 675 milhões e vai gastar outros US$ 350 milhões para fazer uma mudança radical no quase centenário empreendimento. A fachada, tombada pelo patrimônio histórico americano, permanecerá intacta. Na parte de dentro, os 805 quartos serão reduzidos para 350 e o espaço restante será convertido em apartamentos de luxo. Espaços que fazem parte da história da cidade, como o Oak Bar e o salão de baile, também serão preservados e ficarão abertos ao público. O luxo, é claro, continuará sendo a sua marca registrada do Plaza.