28/05/2003 - 7:00
Conhece o Leite de Rosas? Aquele desodorante popular que muita gente também usa como loção pós-barba, removedor de maquiagem ou para passar em picada de pernilongo? Aos 75 anos, ele acaba de sofrer uma recauchutagem para ficar com corpinho de 20. Vendido apenas na forma líquida desde 1929, o bombril dos desodorantes ganhará versões roll-on, creme e aerosol ? além de virar hidratante e creme facial. É uma virada histórica. E necessária, pois a Leite de Rosas não consegue acompanhar o mercado, que cresceu 24% e movimentou R$ 426 milhões em 2002. ?Nosso faturamento foi o mesmo nos dois últimos anos: R$ 67 milhões. E os lucros, praticamente nulos?, diz Alexandre Rangel, diretor comercial da empresa. Os novos produtos chegam com a missão de resgatar a marca de um perigoso processo de estagnação.
O problema é que as vendas nacionais de desodorantes ?spray?, categoria na qual o Leite de Rosas está inserido, vêm despencando. Foram R$ 43,9 milhões no primeiro trimestre de 2002 e R$ 36,8 milhões no mesmo período deste ano. Já os segmentos roll-on, creme e aerosol cresceram 2%, 0,8% e 1,5%, respectivamente. Para piorar, a empresa investiu R$ 10 milhões numa nova fábrica, em Sergipe, esperando um boom de consumo ? que, para ela, não aconteceu. A estratégia é se aproximar de consumidores mais jovens e abastados. Hoje, 74% de suas vendas estão nas classes C, D e E, e 65% de seus compradores têm mais de 40 anos. O Leite de Rosas líquido continuará existindo. Afinal, foi com ele que a empresa alcançou a vice-liderança do mercado (tem 12,3% de participação e encontra-se ensanduichada entre as multinacionais Unilever e Avon) e atingiu incríveis 72% de penetração nos lares brasileiros.