Como os mercados funcionam? O que podem fazer e quais seus pontos fracos? Essas são algumas das questões que o professor de economia John McMillan, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, propõe-se a responder no livro A reinvenção do bazar. Os mercados existem há séculos, e ao longo da história da civilização nunca pararam de ser reinventados. Mulas e camelos carregaram pedras preciosas, especiarias e marfim entre as primeiras cidades, como Babilônia e Ur. Na ágora grega, a praça central do comércio em Atenas, os vendedores se agrupavam segundo os ramos de negócio.
As cores, ruídos e odores da ágora provavelmente eram muito semelhantes aos de qualquer bazar de hoje em dia, seja o mercado de animais da Índia ou os quiosques de quinquilharias do Marrocos. Hoje, os bazares da aldeia global estão na internet. A evolução e as mudanças dessa instituição ancestral são parte do conteúdo do livro. Mas, além de contar sua trajetória, o objetivo maior do belo texto é mostrar que os mercados não são mágicos nem imorais, mas sim ferramentas poderosas ? e imperfeitas ? para aprimorar nossos padrões de vida. ?O sistema de mercado é como a democracia?, afirma McMillan. ?É a pior forma de economia, excetuando-se todas as outras que de vez em quando são tentadas.?

O romance de uma commodity
Uma novela policial nas entranhas do comércio
de café no século XVII

É um romance policial no ritmo do badalado O Código Da Vinci, o grande sucesso de 2004, mas pode ser lido como um volume de história da economia no século XVII. Naquele tempo, a cidade holandesa de Amsterdã era um dos maiores centros comerciais e financeiros do mundo. Em meio a ardis, fraudes e trapaças, o imigrante Miguel Lienzo, judeu que fugira da perseguição em Portugal, mexe-se na pioneira Bolsa de Valores. Perde sua fortuna com o açúcar e tenta recuperá-la com um novíssimo produto, exótico e promissor: o café. Trata-se de leitura agradável para quem aprecia suspense, mas também para aqueles que gostam de descobrir a História com H maiúsculo em meio a páginas saborosas. O mercador de café é uma aula a respeito da origem e do potencial da mais mítica das commodities, o grão que reinventou as relações entre o Velho e o Novo Mundo.

A arte de guardar dinheiro
Uma coletânea de dicas para fechar o bolso e abrir sorrisos

O jornalista carioca Gustavo Nagib é um pão-duro atávico. Dono de uma coluna dominical no jornal Extra, a ?Mai$ por meno$?, ele amealhou uma fascinante e divertida coleção de casos de mão fechada. O Guia do pão-duro é leitura obrigatória para quem vive lamentando a falta de dinheiro. Acompanhe algumas dicas:

? Para que uma correspondência custe apenas R$ 0,01, basta escrever na frente do envelope: ?Carta Social?. Ela deve pesar, no máximo, 10 gramas

? Se quiser agradar a namorada com uma pedra preciosa que simboliza o amor, dê quartzo rosa. É das mais baratas

? Usar o chuveiro na posição ?verão? reduz em 30% o consumo de energia em relação à posição ?inverno?. Deixar de tomar banho economiza 100%

? Para produzir a moedinha de R$ 0,01, a Casa da Moeda gasta, aproximadamente, R$ 0,06. Perca a vergonha de se abaixar para pegar R$ 0,01. Encoraje-se e cate os seus R$ 0,06.

? Escove os dentes com a torneira fechada. Assim, gasta-se, no máximo, um litro. Com ela aberta por três minutos serão quase 10 litros.

A força econômica dos imigrantes
Como os poloneses ajudaram a enriquecer a agricultura do Paraná

O Brasil é um país de imigrantes. Eles ajudaram a construir a economia de uma nação. No Paraná, entre o final do século XIX e o início do século XX, 100 mil poloneses instalaram-se no Estado. Hoje, a população descendente daqueles pioneiros representa a segunda colônia de imigrantes poloneses em todo o mundo. O livro Tui Tam
(aqui e lá, em polonês) reúne fotografias e textos saborosos ao contar uma saga fundamental para o nascimento da nova economia no Sul do Brasil. No início, eles ajudaram a incrementar o beneficiamento da erva-mate. Depois, foram os primeiros a trazer novos equipamentos de colheita. A maior contribuição técnica desse grupo estrangeiro foi a ?carroça polaca? ? versão reduzida dos pesados carroções cracovianos, comuns na Europa. É uma lição de como a criatividade impulsiona a economia, sobretudo nos lugares onde a mistura de povos é a mola do crescimento.

Quanto vale o cliente
As vantagens de personalizar o atendimento ao consumidor

Há três anos, o consultor empresarial Clóvis Corrêa da Costa desenvolveu um novo tipo de estratégia em que a novidade é o foco no relacionamento com o cliente. Embora muitas empresas afirmem que já trabalham dessa forma, Costa descobriu que, no dia-a-dia, as técnicas são usadas de forma equivocada. À DINHEIRO, ele falou sobre seu novo método de trabalho.

Qual é a base da estratégia orientada para o relacionamento com o cliente?
Os dados sobre clientes são organizados em nível individual e ajudam a prever comportamentos futuros a partir de uma base analítica. O consumidor mais exigente e o alto nível de competição são os principais responsáveis pela mudança.

Há diferença em relação ao marketing usado hoje nas empresas?
Hoje, há somente o marketing de consumo de massa, em que o cliente pertence a um segmento ? mulher de 25 a 35 anos, por exemplo. Numa estratégia de relacionamento, é possível tratar a mulher de 25 anos de forma diferente da mulher de 35 anos, porque ele identifica como as experiências e desejos de cada uma agem sobre suas decisões de compra.

Esse modelo exige muito investimento?
Sem dúvida. Lidar com clientes individualmente demanda mais despesa. Imagine uma call center para retenção de clientes. Como ele deveria funcionar? Com profissionais muito mais qualificados e muitos scripts para o atendimento personalizado. Mas dá para modular gastos ao descobrir para quais clientes vale a pena ter ações de relacionamento.