O local é inusitado. Um colégio de freiras em Nova Iguaçu, na baixada fluminense. Acaba de ser inaugurado ali o primeiro posto de atendimento do Lemon Bank em uma nova fronteira para a expansão de sua rede de correspondentes bancários: as escolas. O banco fechou parceria com uma empresa especializada em cobrança, a Rede Receber, e junto com ela planeja abrir 500 unidades em escolas particulares do Rio de Janeiro nos próximos 12 meses. ?Para nós, são pontos perfeitos: muito movimentados, com jovens que começam a se tornar independentes, além de seus pais?, avalia Michael Esrubilsky, diretor geral do Lemon. A lógica se aplica bem ao Instituto de Educação Santo Antonio, a tal escola de Nova Iguaçu. Estudam ali 2.500 alunos, da pré-escola até o ensino médio profissionalizante. A maioria, de classe média. Em três dias de operações, foram realizadas no colégio 200 transações. Explorar este mercado é uma das ações do que Esrubilsky chama de segunda onda de crescimento do Lemon Bank ? que foi criado há exatos dois anos, com a proposta de funcionar apenas com correspondentes bancários, tem hoje 3,7 mil pontos de atendimento e pretende fechar 2005 com 4,4 mil.

Depois de consolidar seu modelo de negócios e colocar as contas no azul no último trimestre de 2004, a ordem no Lemon é criar novos nichos de atuação. Além de escolas, o banco vai ?invadir? shopping centers, postos de gasolina, lojas de material de construção e até ônibus urbanos. Já há um protótipo sobre rodas circulando em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. A bordo dele, junto ao cobrador, que faz as vezes de bancário entre um troco e outro, está instalada uma máquina sem fio semelhante à usada para pagamentos com cartão de crédito. É o ?caixa? do banco, ligado à central por um sistema de internet em banda larga via celular.

A ofensiva agora iniciada no Lemon tem como meta a duplicação dos negócios do banco até o início de 2006. Para isso, a tática de lançar mão de escolas ou postos de gasolina traz vantagens, como a ampliação do horário de atendimento ? em muitos casos incluindo noites e fins de semana. A chave para o sucesso da estratégia é o fechamento de parcerias em ritmo suficiente para pavimentar a expansão da rede. Nos últimos meses, o Lemon Bank atraiu para seu lado aliados pouco conhecidos, como a franquia de revistarias Space Box ou a rede ZazPag, do grupo baiano Beiramar. E pelo menos uma empresa de maior porte, a CredSystem, que administra crediários de 400 lojas varejistas concentradas em São Paulo.