12/01/2006 - 8:00
A MISCELÂNEA ORIGINAL DE SCHOTT
Editora Intrínseca, 160 págs. De Ben Schott
Na Inglaterra, ele vendeu mais de 2 milhões de exemplares. Na Alemanha, permaneceu três meses no primeiro lugar da lista dos mais vendidos. Nos Estados Unidos rondou o topo, depois de resenha elogiosa no The New York Times. O pequeno e divertido volume é uma coleção de trivialidades na mesma trilha do brasileiro ?O Guia dos Curiosos?. Há de tudo, ou quase tudo, para todos os gostos. O autor é um cientista político formado pela Universidade de Cambridge que iniciou a carreira nas letras com uma brincadeira: enviar bilhetes aos amigos com preciosidades engraçadas. É, no jargão popular, a cultura inútil. Mas descobre-se, ao longo de suas 160 páginas, que há sim utilidade, mesmo para quem se habituou a lidar apenas com números e cifras. Não há uma organização clara, não há uma sequência organizada de temas, e talvez aí resida o sucesso da miscelânea. É para ler e levar no bolso ? pode ser utilizada numa reunião séria de negócios ou na mesa de um bar diante de uma cerveja de verão.
Os pais
Pai da Psicanálise: Sigmund Freud
Pai da Taxonomia: Carl Lineu
Pai da Geologia: Willaim Smith
Pai da História: Heródoto
Pai da Jardinagem: André le Nôtre
Pai da Economia: Adam Smith
Pai da Comédia: Aristófanes
Pai da Noiva: Steve Martin
Pai da Internet: Tim Berners-Lee
FLORESTAN ? A INTELIGÊNCIA MILITANTE
Editora Boitempo, 235 págs. De Haroldo Ceravolo Sereza
Ao término da leitura dessa biografia do sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995) é inescapável pensar o seguinte: como faz falta ao Brasil o brilho e as idéias desse intelectual que ajudou a contar a história econômica e social do País. A trajetória de Florestan, da USP ao Congresso, como deputado federal eleito pelo PT em meados dos anos 1980, é o avesso do que impunham os avanços da história. No momento em que o Muro de Berlim ruiu, arrastando à derrota a União Soviética, ele tornou-se ainda mais radical em suas idéias socialistas, na defesa do marxismo. Costumava dizer que pensava, escrevia e agia na defesa de los abajo. O pensamento de Florestan pode soar fora de moda em tempos de extremo liberalismo ? mas é fundamental entendê-lo para perceber como as relações de trabalho poderiam ser outras. O texto de Haroldo Ceravolo Sereza é ao mesmo tempo profundo e simples, o que não é fácil alcançar na abordagem de personagens complexos como Florestan.
O POVO BRASILEIRO
Baseado na obra de Darcy Ribeiro. Idealização e direção de Isa Grinspum Ferraz
O DVD duplo traz os 10 programas da série baseada na obra-prima do antropólogo Darcy Ribeiro (1913-1997), um dos grandes intelectuais brasileiros do Século XX. Exibidos originalmente pela TV Cultura e pelo Canal GNT, o trabalho de Isa Grinspum Ferraz mergulha nas idéias de Ribeiro para explicar o Brasil. É uma travessia fascinante que facilita a compreensão dos dilemas econômicos e sociais do País hoje. Logo no início, uma frase do próprio intelectual dá a pista do que se verá. ?O mais importante é inventar o Brasil que nós queremos?. Os depoimentos de Chico Buarque e Antonio Candido, Gilberto Gil e Azis Ab?Saber, entre outros, são o fio condutor de um valioso passeio histórico por um País ainda a ser descoberto. É um agradável aula de história e economia ao ritmo de nomes como Cartola e Tom Jobim.