19/03/2021 - 1:35
Os furacões no Atlântico não serão mais nomeados com letras do alfabeto grego – ao qual os meteorologistas tiveram de recorrer em 2020 devido à temporada recorde -, porque “podem gerar confusão” – anunciou a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Reunido na última quarta-feira (17), o comitê de furacões da OMM para a América do Norte, Central e Caribe também retirou da lista para nomear os ciclones tropicais do Atlântico os nomes Dorian (2019) e Laura, Eta e Iota (2020), devido à destruição que deixaram em sua passagem.
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Um recorde de 30 furacões no Atlântico na temporada de 2020 – oficialmente de 1º de junho a 30 de novembro – causou pelo menos 400 mortes e US$ 41 bilhões em danos.
A temporada foi tão ativa que a lista usada pela organização para nomear os furacões, que contém 21 nomes masculinos e femininos em ordem alfabética, esgotou-se e o alfabeto grego teve de ser usado pela segunda vez na história. A primeira foi em 2005.
As tempestades são nomeadas para facilitar sua identificação em mensagens de aviso.
Este ano vai começar com Ana, Bill e Claudette. O ano passado começou com Arthur e Bertha. A lista é reaproveitada a cada seis anos.
– Q, U, X, Y e Z excluídos –
Ontem, porém, a OMM disse que o alfabeto grego será substituído por uma lista suplementar de nomes.
Esse alfabeto grego “é uma fonte de distração quando se trata de alertar sobre perigos e tempestades que, além disso, pode gerar confusão”, declarou a OMM.
A lista suplementar de nomes, em ordem alfabética, excluirá, porém, as letras Q, U, X, Y e Z, devido à dificuldade de encontrar nomes facilmente reconhecíveis com essas letras em inglês, espanhol, francês e holandês, línguas faladas nas regiões afetadas do Atlântico e do Caribe.
“Esta lista será usada no lugar do alfabeto grego, quando a lista original se esgotar ao longo de uma temporada”, explicou a OMM.
“Os furacões não entendem as fronteiras internacionais. Todos enfrentamos perigos semelhantes, devido aos sistemas tropicais. As consequências de uma única tempestade podem afetar vários países, por isso é fundamental que tenhamos um planejamento, coordenemos esforços e compartilhemos as dificuldades encontradas e as melhores práticas”, comentou o diretor do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, Ken Graham.
– Retirados por devastação –
Os nomes dos furacões são monitorados pela OMM, e a lista é reutilizada a cada seis anos. Se algum furacão for particularmente devastador, seu nome é removido e substituído, como foi o caso com os quatro aposentados esta semana.
Ao todo, 93 nomes foram retirados das listas utilizadas para a bacia do Atlântico desde 1953, quando o atual sistema de nomenclatura de tempestades começou a ser utilizado.
Os membros do comitê de furacões, procedentes dos serviços meteorológicos nacionais de toda região, também decidiram manter a data oficial de início da temporada de 2021 (1º de junho), apesar de as tempestades se formarem cada vez mais cedo.
“Não podemos evitar que esses fenômenos naturais incrivelmente poderosos ocorram, mas temos a capacidade de minimizar as perdas humanas e materiais por meio de previsões e avisos de ponta e forte coordenação e cooperação regional”, enfatizou o presidente do Conselho Regional da OMM para a região da América do Norte, Central e Caribe, Evan Thompson.