A vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Lael Brainard, alertou nesta sexta-feira (30) que será preciso tempo para sentir o efeito das medidas de combate à inflação e afirmou que as taxas de juros devem continuar subindo.

“Será preciso tempo para que o efeito do ajuste das condições financeiras seja sentido em diferentes setores e faça a inflação cair”, disse Brainard em um discurso no Fed de Nova York.

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Diante de uma inflação que alcançou em junho seu nível mais alto em 40 anos antes de cair em julho e agosto, o Fed eleva suas taxas de juros para tentar esfriar a economia e com isso, conter a pressão sobre os preços.

“A política monetária deverá ser restritiva durante um certo tempo para se ter certeza de que a inflação voltará à meta. Por essas razões, nos comprometemos a evitar nos retirarmos prematuramente”, acrescentou Brainard, que é mais conhecida por ser partidária de uma política monetária flexível.

“A inflação é muito alta nos Estados Unidos e no exterior, e o risco de choques inflacionários adicionais não devem ser excluídos”, acrescentou.

O Fed elevou cinco vezes consecutivas desde março suas taxas de juros, elevando-as de 0 a 0,25% – nível no qual ficaram em março de 2020 para ajudar a economia durante a pandemia -, a um percentual entre 3% e 3,25%.

A funcionária reiterou que haverá “aumentos adicionais ao longo deste ano e do próximo”.

“Em nível mundial, o ajuste da política monetária continua em um ritmo rápido em relação à norma histórica. Incluindo o Fed, nove bancos centrais de economias avançadas que representam metade do PIB mundial elevaram suas taxas em 125 pontos básicos (1,25 ponto percentual) ou mais durante os últimos seis meses”, acrescentou.

Em agosto, a inflação em 12 meses se moderou a 6,4% nos Estados Unidos, mas na comparação mês a mês voltou a subir sutilmente com relação a julho, segundo o índice PCE publicado nesta sexta-feira pelo Departamento do Comércio – a medição preferida pelo Fed.