09/09/2015 - 19:45
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou à DINHEIRO, na tarde desta quarta-feira 9, que os mercados ainda não tinham precificado a perda do grau de investimento do Brasil.
A entrevista exclusiva foi concedida horas antes de a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixar a nota do País, e colocar a perspectiva negativa.
“Tem gente dizendo que já está precificado. Não está precificado”, afirmou o ministro, ainda esperançoso de que as agências não iriam tirar o selo de bom pagador do País. “Se acontecer, tudo bem, vamos pegar os caquinhos e tentar recompor, mas vai ser muito mais difícil.”
Em nota, depois do rebaixamento do rating brasileiro pela S&P, Levy reafirmou o compromisso do governo brasileiro com a consolidação fiscal. A nota foi distribuída pelo Palácio do Planalto. Levy está em São Paulo.
De acordo com o ministro, o processo para garantir a meta de superávit primário de 0,7% no ano que vem será completado nas próximas semanas, com o envio de propostas na área de gastos e receitas discutidas com o Congresso Nacional, além de ações de caráter estrutural nos próximos meses.
“O governo entende que o esforço fiscal é essencial para equilibrar a economia em um ambiente global de incerteza e, juntamente com iniciativas microeconômicas, aumentar a produtividade do país e criar as condições para a retomada do crescimento na esteira do fim do boom das commodities”, afirmou o ministro.
Levy destacou as medidas macroeconômicas tomadas desde o começo do ano, como a redução de subsídios, o corte de R$ 78 bilhões de despesas discricionárias e votação de medidas do ajuste fiscal.
“Esse esforço complementa as medidas macroeconômicas tomadas desde o começo do ano que já tem se refletido no processo de reequilíbrio das contas externas e na queda das expectativas de inflação para 2016 e 2017 entre outros indicadores”, completa.