O pedido não poderia ser recusado. Um senhor de altura mediana, cabelos grisalhos e que atende pelo nome Steve Spielberg batia à porta da Lexus, subsidiária da Toyota, com o desejo de ter a mais fantástica máquina sobre quatro rodas estampada em seu mais novo filme: Minority Report, estrelado por Tom Cruise. Ele não queria nada convencional. Tudo deveria ser inovador e futurista. Os engenheiros da empresa e a equipe do cineasta não mediram esforços e dinheiro. Com investimentos de US$ 5 milhões e a disposição para conceber o mais revolucionário carro dos últimos tempos, criaram o Lexus Minority Report 2054. Um protótipo, que segundo executivos da montadora, poderá ser fabricado em série dentro de 50 anos.

É muito tempo para que um automóvel saia do papel para estacionar nas vitrines. Isso ninguém discute. Mas a julgar pelo nível de tecnologia embarcada nesse carro, o futuro está mais próximo do que parece. Basta dizer que ele só é ligado depois de reconhecer o DNA do proprietário. Achou pouco? Tem um sistema chamado MAG-LEV (levitação magnética) que permite ao automóvel andar em pistas verticais ou, como aparece no filme, acelerar sobre prédios. Seu design, assinado por Harald Belker, também é algo nunca feito antes. Com linhas arrojadas e carroceria feita de fibra de carbono e titânio, é difícil distinguir entre a frente e a traseira do automóvel, o que dá a impressão de que ele anda de marcha à ré.

 

 

Quem estiver a bordo do Lexus 2054 não precisará nem mesmo dirigir. Ele conta com piloto automático que livra o motorista até das indesejáveis balizas. Os dispositivos eletrônicos do veículo também esbanjam tecnologia. Os retrovisores foram trocados por câmeras de vídeo, o vidro do pára-brisa se ajusta automaticamente à luminosidade solar e um computador faz o trabalho de um conciérge ? ele indica os melhores caminhos e até reserva mesa em restaurantes, shows e cinema.

Para o deleite dos motoristas mais comodistas, o 2054 também pode ser acionado pela voz. Ou seja, é só chamar que ele vai ao seu encontro. Mas se engana quem pensa que esse carro voe baixo. Com um motor elétrico de 500 kW, ele chega a apenas 140 km/h. Pelo menos, é o suficiente para que o detetive John Anderton, interpretado por Tom Cruise, deixe para trás quem o persegue. No filme, o astro de Hollywood faz parte de uma divisão da polícia de Washington D.C. que prevê futuros crimes. Ele sabe tudo o que vai acontecer antes de qualquer um. Melhor, nem tudo. O futuro da indústria automobilística ficou com a Lexus.