05/09/2018 - 19:04
O subsecretário de Dívida Pública do Tesouro Nacional, José Franco Morais, afirmou nesta quarta-feira, 5, que a emissão de títulos públicos atrelados à Selic (LFTs) passou a ser o principal instrumentos de financiamento da União nos últimos meses. Essa estratégia tem predominado sobretudo depois da “volta à normalidade”, após atuações extraordinárias feitas pelo Tesouro Nacional durante o mês de junho, quando o governo recomprou cerca de R$ 20 bilhões em títulos.
“O ano tem sido bastante atípico, com elevado grau de incerteza internacional e doméstica”, disse Franco, lembrando que esses fatores despertam maior aversão ao risco nos investidores. “A execução da estratégia observará sempre as condições de mercado”, frisou.
A vantagem da emissão em maior volume de LFTs, segundo o subsecretário, é a redução da pressão sobre o custo da dívida brasileira e também o menor risco para o mercado. “Desde a volta à normalidade, temos choque de oferta de títulos prefixados e temos emitido mais LFTs, que passou a ser principal instrumento de financiamento. Essa foi a principal razão para a alteração na banda do PAF (Plano Anual de Financiamento) destinada à Selic”, explicou.
Segundo Franco, podem ocorrer ajustamentos temporários da trajetória de convergência a objetivos de longo prazo, que seguem sendo menor emissão de papéis atrelados à Selic e maior predominância de títulos prefixados ou atrelados à inflação. “A revisão do PAF confere flexibilidade para atuar em momentos de volatilidade”, disse.
O subsecretário ressaltou ainda que o Tesouro tem conforto para atuar ou mudar essa estratégia devido ao seu colchão de liquidez.
O Tesouro ainda revisou sua projeção para a dívida bruta em relação ao PIB no fim do ano, de 75,6% para 77,0%. O coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves, afirmou que o aumento se deve principalmente à revisão de parâmetros como PIB (o crescimento deve ser de 1,6% neste ano) e câmbio mais valorizado.