O governo federal está estudando licitações de transmissão de energia com investimentos totais da ordem de R$ 26,5 bilhões em 2026 e R$ 40 bilhões em 2027, disse nesta sexta-feira, 31, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Prado.

Em coletiva de imprensa após leilão de transmissão, Prado afirmou que esses valores fazem parte de estudos que ainda estão em discussão junto ao Ministério de Minas e Energia.

“De 2023 a 2026, o total de investimentos no setor de transmissão vai ser algo aproximado de R$ 96 bilhões, cerca de 169 mil empregos diretos, o que deve gerar de arrecadação ao governo federal algo em torno de R$ 19 bilhões”, acrescentou ele.

Ainda segundo o presidente da EPE, o governo buscará introduzir nos próximos leilões novas tecnologias para o setor de transmissão, como as ligadas a corrente contínua em alta tensão (“HVDC”).

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BTG fica com maior lote

Hoje, o fundo FIP Warehouse, do BTG, venceu a disputa pelo maior lote de transmissão de energia oferecido em leilão, ao ofertar uma receita anual permitida (RAP) de R$ 116,23 milhões, o que representa um deságio de 47,30% ante o valor máximo estabelecido pelo regulador.

A disputa pelo lote 4 contou com 8 grupos habilitados, entre eles as elétricas Engie Brasil, EDP Brasil e Alupar. A Axia Energia (ex-Eletrobras) se habilitou para a concorrência, mas não apresentou proposta.

Com R$ 1,245 bilhão em investimentos estimados, o lote 4 prevê a implantação de linhas de transmissão e uma subestação entre os Estados de Rondônia e Mato Grosso, visando ampliar a capacidade de transmissão do subsistema Acre-Rondônia.

Já a companhia portuguesa EDP arrematou o lote 5 de transmissão de energia oferecido, ao ofertar uma receita anual permitida (RAP) de R$ 38 milhões, o que representa um deságio de 49,18% ante o valor máximo estabelecido pelo regulador.

A disputa pelo lote 5 contou com 12 grupos habilitados, entre eles as elétricas Engie Brasil, Axia Energia (ex-Eletrobras) e Taesa, além do FIP Warehouse, do BTG.

Com R$ 441,5 milhões em investimentos estimados, o lote 5 prevê a implantação de linhas de transmissão e uma subestação em Goiás.

O lote 3 foi arrematado pela CPFL Energia, ao ofertar uma receita anual permitida (RAP) de R$ 81,16 milhões, o que representa um deságio de 53,93% ante o valor máximo estabelecido pelo regulador.

A proposta do grupo, que tem a chinesa State Grid como acionista, desbancou ofertas de outros cinco grupos, entre eles a Axia Energia (ex-Eletrobras), Engie Brasil e Taesa.

Com R$ 1,07 bilhão em investimentos estimados, o lote 3 prevê a implantação de linhas de transmissão e uma subestação na região Sul, visando atender cargas e aumentar a confiabilidade em localidades do Rio Grande do Sul e Paraná.

A Rialma Administração e Participações venceu a disputa pelo lote 2 de transmissão do certame, com deságio ofertado de 36,73%, por R$ 85,9 milhões de receita anual permitida. Com R$ 788,6 milhões em investimentos estimados, o projeto envolve a construção de linhas de transmissão entre os Estados da Paraíba, Pernambuco, Maranhão e Piauí.

Ao todo, cerca de 20 grupos se habilitaram para participar da concorrência, incluindo as elétricas CPFL e EDP, que arremataram lotes, e outras figuras conhecidas dos leilões, como Engie Brasil, Alupar e Taesa.

A disputa terminou com um desconto médio de 47,98% sobre a receita anual permitida (RAP) total estipulada para os contratos, o que se traduz em uma economia para os consumidores de energia de R$ 11,5 bilhões, segundo informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).