É hora do investidor voltar à sala de aula. O recente aumento do número de aplicadores individuais na Bolsa, além de estimular a oferta de produtos para tal público, resultou em mais um efeito positivo: a proliferação dos cursos cujo objetivo é ensinar os novatos a investir em ações. No mês passado, foi realizado no Rio de Janeiro o primeiro curso do Instituto Nacional dos Investidores (INI), entidade que se propõe a ensinar a prática de investimentos no País. Realizado em parceria com o Sindicor, o sindicato das corretoras de valores do Rio, o curso de três dias teve uma demanda tão grande que duas outras turmas foram montadas logo após a divulgação. O objetivo das escolas como o INI é capacitar os leigos a operar sua própria carteira e incentivar a formação de clubes de investimento. ?Trata-se de ensinar um método que dá segurança ao principiante para que ele perca o medo de operar?, diz Théo Rodrigues, diretor geral da entidade.

Para atender a procura crescente pelo ensino de finanças, o INI estruturou um modelo de curso que pode ser reproduzido em parceria com qualquer entidade, numa espécie de franquia. A empresa CMA, de sistemas de informação financeira, lançou um programa de educação continuada para quem está dando os primeiros passos no pregão. É o único programa seqüencial disponível no País, com avaliações antes e depois das aulas. A ênfase da CMA é na parte prática do curso ? cada aluno deverá simular operações em tempo real na Bolsa. A grade completa dura dois meses, mas, por enquanto, só está disponível em São Paulo. ?A idéia de um programa continuado visa evitar as discrepâncias entre o nível de conhecimento de cada aluno?, explica Eduardo Matsura, gerente da unidade educacional da CMA. ?Além disso, queremos que o aluno faça os exercícios no momento em que os fatos estão ocorrendo e não fique baseado apenas no passado.?

INVESTIDOR INDIVIDUAL NA BOLSA

Zeca Caldeira
? 30% do total de operadores atuantes na Bovespa são pessoas físicas

? 5% do volume negociado no pregão provém desses aplicadores

? R$ 5 bilhões é o patrimônio dos 905
clubes de investimento registrados no País