15/08/2012 - 21:00
Papéis avulsos
A demanda por serviços educacionais continua elevada e o reflexo disso pode ser visto nos resultados do segundo trimestre. As companhias listadas na bolsa continuam exercitando a multiplicação. A Anhanguera Educacional divulgou, na quarta-feira 8, um lucro líquido trimestral de R$ 24,6 milhões, mais que o triplo dos R$ 8 milhões do mesmo período de 2011. No mesmo dia, o grupo carioca Estácio divulgou um aumento de 91% no lucro líquido, que somou R$ 15,1 milhões no segundo trimestre do ano. Na quinta-feira 9, a Kroton Educacional anunciou ganhos de R$ 49,2 milhões, uma melhora substancial ante o prejuízo de R$ 3,6 milhões do mesmo período de 2011. As lições para chegar ao lucro foram bem assimiladas. As empresas investiram na ampliação da base de alunos, o que reduz os custos fixos e ajuda a amortizar os investimentos com aquisições. A Anhanguera finalizou o semestre com 432 mil alunos, aumento de 33% ante 2011. Na Estácio, o corpo discente cresceu 9,3%, para 260,8 mil alunos, e a Kroton acrescentou 74 mil novos alunos com a aquisição da Unissalvi, um crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2011.
Palavra do analista: Para Jacqueline Lison, da Fator Corretora, todos os resultados vieram acima da expectativa e as perspectivas continuam positivas. “Permanecemos com recomendação de manutenção para os papéis da Estácio e de compra para Anhanguera e Kroton.”
Touro x Urso
A conjunção de fatores positivos internos e externos que garantiu as altas recentes da bolsa deverá continuar na semana. No cenário externo, a principal força a animar os Touros serão os bons indicadores da economia americana, que vem mostrando sinais de recuperação. Por aqui, as boas perspectivas para a Petrobras devem sustentar a recuperação de suas cotações.
Agronegócio
Faltou água na cana da Cosan
Apesar de a receita líquida da Cosan ter aumentado em 18,6%, no segundo trimestre, para R$ 6,1 bilhões, a desvalorização do real em relação ao dólar fez a companhia registrar um prejuízo líquido de R$ 17,1 milhões no período. Além do câmbio, a Cosan teve de enfrentar os efeitos da seca, que comprometeu o crescimento da cana-de-açúcar. Segundo a corretora paulista Planner, o que chamou a atenção no resultado foram as quedas: 46% na produção de açúcar, 44% na de etanol e 40% na moagem de cana. Mesmo assim, os papéis subiram 23% neste ano e 62% em 12 meses. A recomendação da Planner é de manter as ações.
Destaque no pregão
Chuva de lucro na BM&FBovespa
Menores gastos com pessoal e crescimento dos ganhos com serviços de terceiros elevaram em 28,9% a geração de caixa da BM&FBovespa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que subiu para R$ 403,8 milhões no segundo trimestre. Na terça-feira 7, a bolsa divulgou um lucro líquido de R$ 300,1 milhões, um aumento de 2% em relação a 2011. “Estamos dando continuidade aos nossos projetos, com foco na diversificação de receitas e incentivo ao crescimento nos mercados atuais”, diz Edemir Pinto, presidente da BM&FBovespa. Para Mario Pierry, analista do Deutsche Bank, que mantém recomendação de compra para os papéis da bolsa paulista, os resultados refletem o controle de custos e as melhorias de eficiência.
Varejo
RaiaDrogasil dribla custo maior
A RaiaDrogasil conseguiu elevar seu lucro, no segundo trimestre, de R$ 51,1 milhões para R$ 53,8 milhões, apesar de as despesas operacionais terem subido 30% devido à abertura de 35 novas lojas, 26 só nesse período.
Bancos
Prejuízo dispara no PanAmericano
O PanAmericano, controlado pelo BTG de André Esteves e pela Caixa, registrou prejuízo de R$ 262,5 milhões no segundo trimestre, perda 11 vezes maior que a de 2011. O resultado foi causado pela decisão de não ceder créditos. A cessão no trimestre recuou 71%, de R$ 4,1 bilhões, em 2011, para R$ 1,2 bilhão, em 2012.
Mercado em números
OGX
36% - É o potencial de queda das ações da OGX, petrolífera de Eike Batista, considerando-se um relatório do Deutsche Bank, que projeta um preço-alvo de R$ 4 para o papel.
Eucatex
R$ 230,5 milhões - Foi a receita líquida da empresa produtora de painéis de madeira no segundo trimestre deste ano, o que representa aumento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2011.
Mills Engenharia
R$ 39,2 milhões - Foram os ganhos da companhia no segundo trimestre, aumento de 73,4% em relação ao mesmo período de 2011. O resultado foi impulsionado por receitas maiores no segmento de locação.
Randon
R$ 4 milhões – Foi o prejuízo registrado pela empresa de abril a junho. A justificativa para a perda é o mau desempenho da economia mundial, que passa por desaceleração.
Time for fun
R$ 13,5 milhões - Foi o lucro líquido da empresa brasileira do setor de entretenimento, um resultado 62% superior aos R$ 8,33 milhões apurados no mesmo período de 2011.
Pelo mundo
Aposta no Facebook vale dinheiro
O Facebook permitirá que usuários joguem bingo online e apostem dinheiro na rede social, aproveitando a popularidade dos jogos de azar no Reino Unido. A rede social recebe 30% da receita das transações dos jogos que não envolvem apostas, como o Farmville. A ação da companhia fechou na quinta-feira 9 estável, aos US$ 20,72.
Renault mira mercado africano
Em busca de uma alternativa à demanda fraca na Europa, a Renault vai construir, na cidade de Tânger, no Marrocos, uma unidade para montar veículos populares da marca Dacia. O investimento total será de US$ 1,2 bilhão, e a montadora não informou qual será a produção da fábrica. Na quinta-feira 9, as ações fecharam em alta de 0,28% a € 37,125.
Preço dos aviões da Boeing decola
A americana Boeing elevou os preços de seus jatos comerciais em 5,5%, por conta do aumento de custos de salários, bens e serviços. A nova tabela não garante mais lucro, pois grandes compradores obtêm descontos. A ação fechou na quinta-feira 9 em alta de 0,19%, a US$ 74,60.
Personagem
Magazine Luiza tira lucro do baú
Avarejista Magazine Luiza fez um movimento agressivo em direção à capital paulista em 2011. A rede inaugurou 44 lojas e adquiriu 121 pontos da Lojas do Baú, do empresário Silvio Santos. Marcelo Silva, superintendente do Magazine Luiza, conversou com a DINHEIRO:
Marcelo Silva, superintendente: integração das lojas adquiridas.
A Luiza abriu 165 pontos de venda na capital paulista em menos de seis meses. O investimento já deu o retorno desejado?
Sim. Geralmente, nossas aquisições no varejo demoram de três a cinco anos para chegar à maturidade. No caso de São Paulo, as lojas estão totalmente maturadas. Seus indicadores de rentabilidade já são iguais aos das unidades consolidadas. As Lojas do Baú, adquiridas no segundo semestre de 2011, foram totalmente integradas. Seu processo de maturação deve levar três anos. No caso da rede nordestina Lojas Maia, comprada em 2010, a integração está em fase de conclusão, e já temos indicadores de crescimento bastante relevantes das lojas daquela região.
O planejamento da rede é chegar a todos os Estados. Esse crescimento ocorrerá por aquisições ou pela abertura de lojas próprias?
Não pretendemo fazer novas aquisições nesse ano nem no próximo, pois ainda estamos consolidando o que compramos. E não temos uma data definida para chegar a todos os Estados do Brasil, embora o crescimento seja um dos princípios fundamentais da nossa estratégia.
Desde a abertura de capital, em abril de 2011, as ações caíram de R$ 15,90 para menos de R$ 10. O que houve? Foi o prejuízo de R$ 40,75 milhões no primeiro trimestre?
A queda se explica por dois motivos. O primeiro é porque as bolsas caíram no mundo todo e o Brasil não foi exceção. O índice Bovespa não ultrapassou os 70 mil pontos neste ano. O segundo motivo foram os nossos resultados de 2011 e do primeiro trimestre de 2012, que não foram tão positivos como o mercado esperava.
Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira