06/07/2022 - 15:10
O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que o italiano Rocco Morabito, apontado como líder da máfia calabresa ‘Ndrangheta’ e conhecido como ‘rei da cocaína em Milão’, foi extraditado para a Itália na manhã desta quarta-feira, 6. A medida foi executada em coordenação com a pasta e a Polícia Federal.
A entrega de Morabito às autoridades italianas foi autorizada pela Secretaria Nacional de Justiça na sexta-feira, 1º, pouco mais de um mês depois de o Supremo Tribunal Federal manter a decisão que autorizou a extradição.
Itália presta homenagem ao juiz Falcone, assassinado há 30 anos pela máfia
Letizia Battaglia, fotógrafa pioneira que desafiou a máfia, morre aos 87 anos
Ministros do Supremo autorizam extradição de mafioso da Ndrangheta
O suposto líder da máfia calabresa ‘Ndrangheta era um dos criminosos mais procurados da Itália. Ele possui quatro condenações por tráfico internacional de drogas e envolvimento com a máfia.
Rocco Morabito foi preso por agentes da Interpol em maio do ano passado na Paraíba, após fugir da cadeia no Uruguai e passar quase dois anos foragido.
Quando Morabito foi localizado no Nordeste brasileiro, as autoridades divulgaram que, somadas, as penas às quais foi condenado chegavam a 91 anos de prisão. Agora, o Ministério da Justiça esclareceu que a punição ao mafioso já bate em 103 anos de cárcere em território italiano.
A extradição do italiano foi autorizada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no início de março. Na ocasião, o colegiado levou em consideração três pontos principais: o fato das penas não estarem prescritas, nem pela legislação brasileira nem pela italiana; as condenações terem transitado em julgado – ou seja, não há mais possibilidade de recurso; e a ausência de crime político.
No dia 24 de maio, os ministros negaram o último recurso impetrado pela defesa do suposto líder da máfia calabresa e mantiveram a decisão que determinou a entrega de Morabito ao governo italiano. Os ministros ainda determinaram a certificação imediata do trânsito em julgado (quando não há mais recurso) do processo, o que abriu caminho para a extradição.