22/07/2025 - 11:42
A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira, 22, o homem apontado como chefe da quadrilha que atuava no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, trocando etiqueta de bagagens de passageiros comuns, e colocando em malas cheias de cocaína. Segundo a PF, ele era o único integrante que estava foragido.
Em março de 2023, duas passageiras de Goiânia acabaram presas por engano pelas autoridades alemãs, passando 38 dias na prisão.
Na ocasião, a Polícia Federal desarticulou a organização, mas um dos líderes do grupo não tinha sido localizado. Os últimos seis meses foram dedicados a localizar o paradeiro dele.
Em agosto do ano passado, a quadrilha foi condenada pela Justiça. Cinco homens e uma mulher, que seria a ponte entre os funcionários do aeroporto.
Veja os condenados e as penas
Gleison Rodrigues dos Santos, o Vovô, pegou 39 anos, 8 meses e 10 dias em regime inicial fechado;
Fernando Reis de Araújo, o Brutus, foi condenado a 26 anos, 3 meses e 23 dias em regime inicial fechado;
Matheus Luiz Melo da Silva, o Man, recebeu pena de 8 anos e 2 meses em regime semiaberto;
Eubert Costa Ferreira Nunes, o Bahia, foi sentenciado a 8 anos e 2 meses em regime semiaberto;
Charles Couto Santos foi condenado a 7 anos em regime semiaberto;
Carolina Helena Pennacchiotti foi condenada a 16 anos e 4 meses em regime inicial fechado.
Relembre o caso
As brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini ficaram 38 dias preso em Frankfurt depois de ter as etiquetas de identidade das malas trocadas por bagagens com drogas.
As goianas foram libertadas depois que o Ministério Público alemão, de posse do inquérito da Polícia Federal (PF) e de vídeos que comprovavam que as etiquetas das malas foram trocadas no Aeroporto de Cumbica, autorizou a soltura do casal. Operação da PF prendeu sete suspeitos de participar do esquema.
À época, vídeos obtidos pelo Fantástico, da TV Globo, mostravam como dois funcionários do aeroporto identificam as duas malas de Kátyna e Jeanne, uma rosa e uma preta, separam e, discretamente, retiram a etiqueta delas em uma área de segurança e de acesso restrito que é monitorada por várias câmeras.
Em outro vídeo, duas mulheres chegam ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 quilos de cocaína, segundo a polícia.
As duas vão a um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária no local, deixam as malas e saem em seguida do aeroporto, sem embarcar para qualquer destino. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne e a troca é feita.
Drama na prisão
Segundo relatado pela família das vítimas, elas foram detidas no aeroporto separadamente, algemadas pelos pés e mãos, escoltadas por vários policiais e a única palavra que entendiam era cocaína. As duas tentaram argumentar que aquelas não eram suas malas, pois tinham cores e pesos diferentes, mas os policiais só repetiam a palavra “cocaína”.
Elas tiveram as mãos raspadas para coleta de DNA, sem que tivessem dado autorização para isso. A bagagem de mão foi retida e elas ficaram sem os medicamentos e agasalhos. As duas foram levadas para celas separadas.
Nesse local, que era frio e tinha as paredes escritas com fezes, elas ficaram três dias, nos quais lhes foram oferecidos apenas pão e água.
Depois, foram transferidas para o presídio feminino de Frankfurt, onde permaneceram separadas e convivendo com mulheres condenadas por diversos crimes em celas frias e desconfortáveis.