06/03/2017 - 17:48
O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), reagiu na tarde desta segunda-feira, 6, à defesa do relator da Reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), sobre a idade mínima de 65 anos para aposentadoria. O petista disse que há regiões no País onde o trabalhador sequer atinge essa idade. “Como podemos admitir uma idade mínima tão alta para o padrão de idade média do brasileiro?”, questionou o parlamentar.
Mais cedo, o relator disse que há base para aprovar a reforma na Câmara e apoiou a idade mínima sugerida pelo Executivo. “Não dá para pensar em não ter idade mínima de 65 anos de jeito nenhum”, disse, ao deixar o Ministério da Fazenda, em Brasília, após reunião com o ministro Henrique Meirelles. O deputado do PT disse que a proposta de idade mínima não tem “pé nem cabeça”.
Zarattini atacou a pressa do governo para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC). O petista afirmou que a proposta vai impedir que milhões de brasileiros se aposentem no futuro e vai reduzir o valor do benefício de quem conseguir se aposentar. “Acho um verdadeiro absurdo querer fazer essa discussão à toque de caixa e querer passar o rolo compressor”, declarou.
O líder petista disse que haverá mobilização em várias cidades contra a proposta a partir de quarta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, uma vez que as mulheres, na visão do deputado, serão muito prejudicadas com a reforma.
O líder do DEM na Casa, Efraim Filho (PB), ressaltou que a proposta do governo sofrerá mudanças e que o Parlamento está disposto a ouvir opiniões. “O texto do governo é uma espinha dorsal, mas não pode ser imune a qualquer tipo de debate sobre pontos que podem ser aperfeiçoados”, declarou. Efraim disse que a reunião do presidente Michel Temer com líderes da base aliada hoje visa discutir uma estratégia política para que “a mensagem correta” sobre a Reforma da Previdência chegue a sociedade.
Zarattini também criticou a tentativa do governo de aprovar medidas na área econômica com a mesma pressa e declarou oposição à inclusão na pauta do projeto de lei sobre terceirização, apresentado em 1998. Zarattini disse que a oposição vai obstruir a matéria. “Esse projeto é muito antigo e o governo quer passar esse projeto à toque de caixa também”, disse.