Sinto muito, mas esse é o valor do serviço. Não há nada que possamos fazer.? Essa desculpa, dita com desdém pelo recepcionista do Ritz Carlton em New Orleans, nos Estados Unidos, deixou revoltada a diretora de marketing Monica Panelli, da SAP, que se hospedou no hotel durante uma convenção. Monica levou um susto na hora de acertar a conta: US$ 400 por apenas 12 chamadas. ?Viajo muito a trabalho e sempre recebo contas absurdas de telefone nos hotéis?, diz. Os altos preços das chamadas são comuns em qualquer lugar do mundo. No Brasil, os valores são até 13 vezes mais caros que uma ligação residencial. O cliente fica de mãos atadas: não há tabelamento para o serviço, ou seja, não dá para reclamar. De acordo com o Código Brasileiro de Defesa do Consumidor, o hóspede só pode questionar a conta se não for informado corretamente e com antecedência sobre o preço das ligações. Caso isso não ocorra, ele pode acionar o Procon.

As redes hoteleiras alegam que o custo de infra-estrutura de telefonia é alto e precisa ser repassado. No entanto, informa a consultoria Telelodge, os custos de manutenção representam em torno de 55% a mais do valor das chamadas. O resto é lucro do administrador. Essa equação já começa a dar problemas para as redes. É cada vez menor o número de hóspedes que utilizam o serviço. Segundo a Telelodge, os hotéis estão perdendo entre 10% e 12% de receita ao ano com telefonia.

Mas há opções para fugir da extorsão do telefone do hotel. Uma delas são os cartões DDD e DDI da Embratel e Telefônica. Com uma senha, o viajante disca para uma central 0800, diz a cidade onde quer falar e o operador calcula o tempo disponível para a chamada. A Credicard oferece um serviço semelhante. O crédito é contratado previamente junto à administradora e vai sendo descontado a cada ligação. Em ambos os casos, a troca compensa.