Próximo de completar um ano à frente da fabricante de lâmpadas FLC, o executivo Leonardo Horta, ex-presidente da Vulcabrás, está comandando uma revolução interna na companhia cujo controle está nas mãos do fundo de private equity Victoria Capital Partners. “O mercado brasileiro está muito atrás do que já existe em países como Holanda, Alemanha e Estados Unidos”, diz Horta, referindo-se ao estágio do setor de iluminação. “Estamos de olho no que aconteceu nesses países para replicar o modelo por aqui. Mas vai levar mais de uma década”, explica. Para estar pronto para a virada, Horta está, aos poucos, mudando a cultura da empresa, dona de um faturamento que ultrapassa R$ 300 milhões. Nos últimos meses, mudou a diretoria, redirecionou o posicionamento da marca nos pontos de venda, investiu em treinamento dos vendedores e enxugou os centros de distribuição de sete para apenas dois.

Uma luz para a inovação

A julgar pelos últimos lançamentos da empresa, a revolução já começou. A FLC pôs no mercado uma lâmpada de LED controlada via bluetooth. Por meio do celular, é possível aumentar e diminuir a intensidade da luz, mudar de cor e, claro, ligar e desligar. Horta tem viajado frequentemente para o exterior de olho em novidades tecnológicas. Entre elas, estão uma lâmpada que funciona como caixa de som, outra que ajuda na conservação de alimentos e até sensores que, ao serem acoplados à janela, medem a luminosidade que vem de fora e controla automaticamente a iluminação do ambiente. Mas, por enquanto, o que mais o preocupa é a canibalização do mercado. As novas especificações do Inmetro para lâmpadas de LED passarão a valer a partir de 2017. Por isso, muitas marcas aproveitaram para trazer milhões de lâmpadas baratas, fora dos padrões, com o intuito de vendê-las rapidamente.

(Nota publicada na Edição 988 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Hugo Cilo, Ralphe Manzoni Jr. e Andressa D’Amato)