O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não conseguiu falar com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), após o anúncio via X de pautar o projeto que derruba o decreto com mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A declaração foi dada em entrevista nesta quarta-feira, 26, à Globonews.

O deputado reiterou que o governo federal foi surpreendido pela tomada de decisão de Motta, principalmente após a reunião entre o presidente da Câmara, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Ele reiterou que Motta está cometendo um grande erro e que a consequência imediata é um contingenciamento imediato de R$ 12 bilhões, pois a oposição quer “tirar dinheiro” do Planalto.

“É uma espécie de estrangulamento do governo do presidente Lula. Eu acho que a gente não pode antecipar a eleição de 2026 para este momento”, disse Lindbergh. “Estão querendo passar um recado. Eu acho que estão passando um recado ruim ao Brasil.”

Segundo o deputado, os fatores que influenciaram a reviravolta contra o Executivo envolve uma questão do lobby das empresas de setores econômicos.

O petista disse ainda que haverá uma audiência pública sobre emendas parlamentares na próxima sexta-feira, 27, convocada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino.

“Se cortar mais R$ 12 bilhões este ano, você corta programa social, e a nossa alternativa é muito razoável: cobrar um pouco dos que ganham mais. (…) Tem que tributar os mais ricos, aquele 0,01% da população brasileira”, diz Lindbergh. “Espero que tenha uma reviravolta porque aqui todo mundo vai perder (…) Nós estamos abertos para discutir corte de despesa.”

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