Papéis avulsos

 

O setor de telefonia registrou fortes quedas na bolsa na terceira semana de novembro. Os destaques negativos foram os papéis da TIM, principalmente por conta do impasse travado com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que determinou a suspensão de uma campanha da operadora por temer que a rede ficasse sobrecarregada. Entre a segunda-feira 19 e a quarta-feira 21, as ações da companhia acumulavam perdas de 2,33%. Segundo Marco Aurélio Barbosa, analista-chefe da Coinvalores, a intervenção da Anatel mexeu com todo o setor.

 

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“Os investidores ficam receosos quando a Anatel faz uma nova exigência”, diz Barbosa. As ações da Telefônica caíram, na semana, 0,41%. A Oi operou na contramão, registrando alta de 1,24% no período. “Os boatos, já descartados pela companhia, de que a operadora compraria a GVT chamaram a atenção do mercado”, diz o analista, que, apesar da volatilidade, para o longo prazo, recomenda a compra das três empresas do setor. 

 

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Energia


Queda livre da Eletrobras

 

Por conta da perda de receita que a Eletrobras deverá ter, a partir de 2013, com a renovação de concessões de energia, os papéis da estatal despencaram na bolsa na terceira semana de novembro. No ano, as perdas ultrapassam os 70%. Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, a situação deve melhorar com medidas de redução de custos e aumento da eficiência da estatal. 

 

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Destaque no pregão


Cotação histórica na Brasil Foods

 

O mercado se animou com os resultados e com o reajuste de preços promovidos pela BRFoods, presidida por José Antonio Fay. O retrato disso pôde ser observado quando a cotação das ações da empresa de alimentos atingiu a marca histórica de R$ 39,28 por ação, na quarta-feira 21, uma alta de 6,16% no mês. No terceiro trimestre, a empresa apresentou lucro de R$ 91 milhões, 75% menor que o do mesmo período de 2011. Contudo, o mercado esperava uma queda de 80%. Por outro lado, a receita cresceu 14,3% em relação a 2011, totalizando R$ 7,2 bilhões. 

 

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Palavra de analista:

Para Henrique Koch, analista do BB Investimentos, não existem explicações que justifiquem as sucessivas altas. “Os resultados nem foram tão bons assim e o preço do milho está alto”, diz. Para Koch, o maior desafio da empresa no momento é recuperar o espaço cedido para a Marfrig. “O papel está pressionado para entrar na ação neste momento.”

 

 

 

 

 

Educação financeira

 

Em O futuro dos negócios nos mercados emergentes, o autor Nenad Pacek descreve o que as empresas precisam fazer hoje para superar os concorrentes de maneira sustentável. Ed. Campus/Elsevier, 224 páginas, R$ 55.

 

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Bebida


Ambev, a número 1 em valor

 

A Ambev se tornou a empresa mais valiosa do Brasil na quarta-feira 21, ultrapassando a Petrobras. Com a alta de 1,61% das ações PN e de 1,47% das ON, a distribuidora atingiu valor de mercado de R$ 248,7 bilhões, enquanto a petrolífera fechou avaliada em R$ 247,2 bilhões. A cervejaria é bem vista por muitos analistas por manter um fluxo de caixa estável, ser boa pagadora de dividendo e estar voltada para o cenário doméstico.

 

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Touro x Urso

 

As perspectivas para o mercado permanecem ruins para a semana que se inicia, com a queda das ações da Eletrobras ainda pressionando os índices e pautando para baixo outras cotações do setor elétrico. Esse cenário deverá manter o mercado sem uma trajetória definida nos próximos dias.

 

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Mercado em números


Auto Raposo 

R$ 750 milhões - É o valor que a concessionária quer captar com a emissão de debêntures simples, no valor de R$ 1 mil cada. O prazo de vencimento dos 750 mil papéis é de 12 anos, a partir da emissão. 

 

Randon

R$ 333,5 milhões - Foi a receita líquida da empresa, em outubro, o que representa uma queda de 5,6% em relação ao mesmo período de 2011.


AmilPar

R$ 228,2 milhões - Foi o quanto a empresa pagou pelo grupo Hospitais Privados de Portugal (HPP), que opera em sete hospitais portugueses. Além do montante, a Amil se comprometeu a assumir a dívida de R$ 16 milhões do HPP.


OdontoPrev

R$ 34,2 milhões - É a remuneração total que a empresa pagará a seus acionistas, sendo R$ 8,7 milhões em juros sobre capital próprio e 

R$ 25,5 milhões em dividendos.

 

Time For Fun 

5,13% - É a porcentagem que a Fundamental Investimentos (Grupo Rio Bravo) atingiu do capital social da empresa de entretenimento, após a compra de um milhão de ações.

 

 

 

 


Pelo mundo


Banco da GM compra operações da Ally

 

Para fortalecer as vendas globais da montadora, a GM Financial, braço financeiro da General Motors, anunciou na quarta-feira 21 a compra das operações da Ally, na América Latina, Europa e China, por US$ 4,2 bilhões. A GM vai injetar US$ 2 bilhões em seu banco.

 

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HSBC vai vender seguradora na China

 

O HSBC deve vender, por US$ 9,3 bilhões, a fatia que detém na chinesa Ping An Insurance. O objetivo é eliminar ativos não fundamentais e elevar sua rentabilidade. O magnata tailandês Dhanin Chearavanont surge como possível comprador.

 

 

 

 

Basf oferece US$ 850 milhões por farmacêutica

 

A química alemã Basf ofereceu US$ 850 milhões pelo controle da farmacêutica norueguesa Pronova BioPharma, fabricante de ômega 3. A Basf comprará todas as ações em circulação, ao preço unitário de US$ 2,18, um prêmio de 24% ante o preço médio nos últimos seis meses.

 

 

 


Personagem


A ligação eficiente da contax

 

A empresa de serviços de call center Contax obteve um lucro de R$ 31,4 milhões, no terceiro trimestre de 2012, depois de um prejuízo de R$ 7,6 milhões, no mesmo período de 2011. A estratégia foi investir em tecnologia e eficiência, e reduzir os encargos sociais, por conta do programa Brasil Maior. Marco Norci Schoeder, diretor de RI, falou com a DINHEIRO:

 

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Marco Norci Schoeder, diretor de RI: ”Aquisições, só no Exterior”

 

Como a Contax reverteu seus resultados?

Parte do resultado vem da inovação. Investimos em tecnologia para termos eficiência e menos ociosidade. Se um funcionário leva quatro minutos para resolver um problema, queremos que o faça em dois. Também implantamos, no Rio de Janeiro, a central 1746, inspirada no callcenter “311”, da Prefeitura de Nova York. Essa central, inaugurada em abril, amplia o tradicional serviço 156, que presta informações e recebe reclamações das prefeituras, em todo o Brasil. Isso elevou não só os lucros, mas também a geração de caixa medida pelo Ebtida, que aumentou 98,4%, para R$ 125,4 milhões.

 

O financiamento do BNDES também ajudou?

Sim. Financiamos R$ 447 milhões, sendo R$ 253,4 milhões por meio de uma emissão de debêntures em duas séries, e os R$ 193,6 milhões restantes por meio do Prosoft, linha de crédito do BNDES para a modernização tecnológica. Os títulos serão subscritos pelo banco e poderão ser convertidos em ações preferenciais. O BNDES tem a opção de converter as ações até 2013 e, se isso ocorrer, ele ficará com 4% da companhia.

 

Qual o impacto da desoneração da folha de pagamento?

Fomos um dos primeiros setores a entrar no Plano Brasil Maior. Deixamos de recolher 20% de encargos sobre a folha de pagamentos e passamos a recolher 2% sobre o faturamento bruto, o que faz muita diferença, pois 70% dos nossos custos são com pessoal. Não existem mais call centers com mil funcionários.

 

Com o enxugamento de pessoal, compensa fazer aquisições?

Nossa última aquisição ocorreu no ano passado, quando integramos a Dedic GPTI, que pertencia à Portugal Telecom. A Dedic faturou R$ 700 milhões, em 2010, e contava com 23 mil funcionários na época. Com isso, alcançamos 30% do mercado. Agora, olhamos oportunidades pontuais no Chile e no México.

 

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Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira