Osvaldo Barbosa de Oliveira é um executivo que sabe muito bem o que é o desafio de montar a operação de uma subsidiária no Brasil. Oitavo funcionário da Microsoft no País, ele teve como principal missão na empresa de Bill Gates – onde ficou até julho deste ano, depois de 21 anos de casa – lançar no mercado nacional o MSN, o portal que tinha como maior atrativo o serviço de mensagens instantâneas de mesmo nome. “Saímos do zero e montamos uma das operações mais rentáveis da Microsoft até hoje”, afirma Barbosa. Agora ele está de novo diante da incumbência de abrir a unidade de uma companhia ligada à tecnologia no Brasil. Ele acaba de ser nomeado o primeiro diretor-geral do LinkedIn no País. Sua grande meta é fazer a maior rede social corporativa do mundo, responsável por mais de 135 milhões de usuários, crescer aqui, onde ainda não exibe a musculatura semelhante à conquistada em outros países. Segundo Barbosa, por conta da dificuldade atual do setor corporativo para encontrar mão de obra qualificada, o momento é ideal para a investida. “A necessidade de manter contato com os melhores talentos é enorme”, afirma. Assim, o LinkedIn chega ao País para disputar um mercado hoje dominado pelas agências de recrutamento online, como Catho e Monster.  

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Barbosa, diretor-geral: poder de conectar profissionais é o grande trunfo da empresa 

Para fazer sucesso no segmento de seleção pela internet, o maior trunfo do LinkedIn é sua condição de rede social. Por não se tratar de um mero classificado de empregos, a empresa possibilita que as áreas de RH das companhias entrem em contato com o tipo de profissional mais cobiçado do mercado: aquele que está empregado. Segundo o LinkedIn, do total de usuários de sua rede, apenas 18% estão desempregados. Ao mesmo tempo, 60% dos profissionais que contam com um perfil no site estão abertos a receber uma oferta de trabalho, mesmo ocupando uma vaga atualmente. “Esses são os melhores candidatos”, diz Barbosa. É inegável que ao abrir escritório no País, o site passa a concorrer com empresas como a Catho e a Monster. Para Barbosa, no entanto, a natureza dos rivais é diferente. “Os sites de recrutamento são mais voltados para a oferta de vagas”, diz o executivo. “Nosso maior negócio é conectar profissionais quando eles estão no seu momento mais produtivo.” A maior parte da receita do LinkedIn, que foi de US$ 140 milhões no trimestre passado, advém dos serviços de contratação. A rede social possui, no entanto, outras duas fontes de receita. A maior delas é a venda de publicidade. A outra é a oferta de um modelo de perfil na rede com mais recursos para pessoas físicas. 

 

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