A diretora do Federal Reserve Lisa Cook cuja demissão está sendo solicitada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devido a alegações de impropriedade em empréstimos hipotecários, buscará aprovação judicial para continuar exercendo sua função no banco central norte-americano, disse o Fed em um comunicado nesta terça-feira.

Embora Trump tenha dito na segunda-feira que a demissão tinha “efeito imediato”, a declaração do Fed indica que, do ponto de vista do banco central, o status dela como diretora não mudou, a menos que haja algum tipo de decisão judicial.

Seu advogado, Abbe Lowell, comprometeu-se a entrar com um processo em seu nome contra a demissão. O Departamento de Justiça não apresentou acusações ou tomou qualquer medida contra ela.

“Lisa Cook indicou, por meio de seu advogado pessoal, que contestará prontamente essa ação no tribunal e buscará uma decisão judicial que confirme sua capacidade de continuar a cumprir suas responsabilidades como membro confirmado pelo Senado do Conselho de Diretores do Federal Reserve”, disse o banco central. “Como sempre, o Federal Reserve acatará qualquer decisão judicial.”

A Lei do Federal Reserve estabelece mandatos de 14 anos para os diretores do banco central e especifica que eles podem ser removidos pelo presidente apenas por “justa causa”.

“Os mandatos longos e as proteções de remoção para os diretores servem como uma salvaguarda vital, garantindo que as decisões de política monetária sejam baseadas em dados, análises econômicas e nos interesses de longo prazo do povo norte-americano”, disse o porta-voz do Fed. “O Federal Reserve continuará a cumprir suas obrigações conforme estabelecido por lei.”

A próxima reunião do Fed para definir a taxa de juros será nos dias 16 e 17 de setembro, e uma decisão judicial poderá determinar se Cook poderá participar da decisão.