O Livro Bege de agosto do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), divulgado nesta quarta-feira, 3, mostrou que o mercado de trabalho nos Estados Unidos perdeu fôlego, refletindo menor disposição das empresas em contratar e mudanças estruturais geradas pela automação. O relatório apontou que onze distritos descreveram “pouca ou nenhuma mudança líquida” nos níveis gerais de emprego, enquanto um distrito relatou uma queda modesta.

A cautela das empresas apareceu com força: sete distritos observaram que as empresas estavam hesitantes em contratar trabalhadores devido à demanda mais fraca ou à incerteza. Em paralelo, dois distritos relataram aumento nas demissões, enquanto outros mencionaram cortes de pessoal por atrito, “em parte estimulada por políticas de retorno ao escritório e, em parte, facilitada por maior automação, incluindo novas ferramentas de inteligência artificial (IA)”.

Esse cenário levou a um aumento na procura por vagas. “A maioria dos distritos mencionou aumento no número de pessoas procurando emprego”, observou o Fed. Ao mesmo tempo, o documento chamou atenção para a redução na oferta de mão de obra imigrante, que afeta especialmente a construção civil em grandes centros. Nova York, Richmond, St. Louis e São Francisco destacaram “o impacto na indústria da construção”.

Sobre os salários, a pressão foi contida. “Metade dos distritos descreveu crescimento modesto dos salários, enquanto a maioria dos demais relatou expansão moderada”, registrou o Livro Bege. Apenas dois distritos observaram pouca ou nenhuma mudança nos salários.