28/04/2022 - 11:25
Deputada federal mais votada pelo Rio de Janeiro em 2018, a pastora e cantora Flordelis queimou sua biografia em 2019, quando seu marido, Anderson do Carmo, morreu e ela foi apontada como uma das mandantes do crime.
Desde então, toda uma rede de intimidades, extravagâncias e bizarrices se tornaram públicas, convertendo a imagem de mulher evangélica que adotou mais de 55 crianças que Flordelis montou por anos em “pastora do diabo”. É este cenário que o escritor e jornalista Ullisses Campbell promete relatar com detalhes em seu livro “Flordelis: A Pastora do Diabo”, previsto para ser lançado em agosto.
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Em entrevista ao Uol, Campbell disse que toda a história de vida de Flordelis é uma mentira contada por ela para criar esse mito de mulher que fez o bem a vida inteira. Sobre as crianças que a ex-deputada, atualmente em prisão preventiva, diz ter adotado ao longo da vida, o escritor afirma que muitas delas foram roubadas de suas mães e algumas voltavam a ser abandonadas pela pastora.
Campbell entrevistou os três irmãos da ex-deputada, a mãe, alguns dos filhos e o atual namorado, além de pessoas próximas. Segundo ele, Flordelis não seguia ritos cristãos como ela pregava nos púlpitos, mas adotava uma série de rituais satânicos envolvendo sexo, sangue e esperma dos filhos.
Ao invés da Bíblia, o livro que guiava a casa de Flordelis e o pastor Anderson era “São Cipriano, o Bruxo”, personagem de uma lenda que conta ter sido um bruxo, convertido ao catolicismo, que teria escrito a obra entre os séculos 17 e 19, com instruções para feitiços, magias e invocações.
“A casa era uma seita, uma congregação diabólica. Ela seguia ritos desse livro. Havia um ritual de purificação em que ela tinha que transar com filhos, se banhar com o esperma deles, sempre no cunho macabro sexual”, disse o autor ao Uol.
Além disso, o livro de Campbell promete mostrar como a deputada usava o nome de Deus para fazer o mal e conseguir o que queria. Quem se opunha ao que ela pedia, logo era colocado como fazendo “coisa do Diabo”.