15/03/2006 - 7:00
Mito, herói e vilão
Novas histórias sobre o homem que comandou a economia americana no
final do século XX
Em março de 2000, o jornal Time Europe fez uma pergunta jocosa: ?Quantos presidentes do Fed são necessários para se trocar uma lâmpada??. Em seguida, deu a resposta irônica: ?Um. Alan Greenspan segura a lâmpada, e o mundo gira ao redor dele.? Ravi Batra, autor de Greenspan ? A Fraude, vai na contramão da quase unanimidade ao redor do homem que comandou o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de 1987 até janeiro deste ano. Foram quase 10 anos que o transformaram em ícone do período de prosperidade americano, apesar das crises globais. A obra traz uma análise abrangente das visões e políticas econômicas de Greenspan e, nela, sobram ataques. Segundo Batra, a ?Greenomia? arrancou trilhões da classe média americana, protegeu as grandes empresas e ajudou a tornar os ricos ? como o próprio Greenspan ? mais ricos ainda. De acordo com Batra, o poderoso chefão se beneficiou pessoalmente de suas políticas fiscais e ainda foi o responsável pela estagnação prolongada em que o EUA estão atolados desde o início dos anos 2000. Greenspan, atenção, terá a chance de responder em breve às críticas. Na semana passada, a editora americana Penguin Press ofereceu US$ 8,5 milhões pelos direitos de publicação de seu livro de memórias. Ele sairá do prelo no segundo semestre de 2007.
Munique, 1972: o 11 de setembro daquele tempo
Virada Olímpica
Michael Payne (Casa da Palavra/COB Cultural)
R$ 59,90/320 páginas
Citius, altius, fortius
Os segredos do marketing esportivo
Houve um tempo, nos anos 80, em que as Olimpíadas correram risco de desaparecer. Os Jogos de Montreal, em 1976, tinham produzido dívidas de US$ 2 bilhões. O atentado de Munique, em 1972, o 11 de setembro daquele tempo, levara medo aos investidores. Virada Olímpica, do australiano Michael Payne, mostra como o esporte deixou esse período de trevas para se reinventar, com a fundação do moderno marketing esportivo. Payne foi o homem encarregado dessa transformação, ao costurar parcerias com patrocinadores. O volume é um mergulho nos bastidores dessa história vitoriosa e polêmica. Nas Olimpíadas de 2008, em Pequim, empresas do mundo todo terão investido US$ 2 bilhões no evento. A um custo de US$ 40 bilhões, o governo chinês transformará a capital, definitivamente aceita pelo capitalismo. É o espírito nada olímpico de um negócio cada vez mais alto, mais rápido e mais forte.
Zeca Caldeira
Maciel, da Ford: sorvetes como incentivo
Aprendi com meu pai
Luís Colombini (Versar)
R$ 34,90/256 páginas
Lições paternas
O sucesso vem da infância
Em sua de suas frases lapidares, Machado de Assis informou a seus leitores que ?o menino é o pai do homem?. É assim também no mundo corporativo. É o que se tira dos 54 depoimentos de Aprendi com meu pai, do jornalista Luís Colombini. Dois deles são especiais. Antonio Maciel Neto, presidente da Ford no Brasil, revela
o curioso programa de incentivos criado pelo genitor: toda vez que o ?Tãozinho? acertava a tabuada, seus amigos ganhavam sorvetes e doces. Maciel Neto aplica essa aprendizado até hoje em suas relações profissionais. O caso de Alberto Saraiva, presidente da Habib?s , maior rede de comida árabe do mundo, é dramático. Ele conta como, aos 19 anos, o pai foi assassinado em um assalto à padaria da família e ele teve que tomar conta do negócio de um dia para o outro.