30/03/2017 - 15:13
O Lloyd’s of London, um dos maiores provedores de seguro e resseguro do mundo, informou nesta quinta-feira que estabelecerá uma subsidiária na União Europeia, em Bruxelas, a fim de evitar a perda de oportunidades depois da separação do Reino Unido da UE, o chamado Brexit.
A medida custará ao Lloyd’s cerca de 9,2 milhões de libras (US$ 11,5 milhões) ao ano, afirmou a diretora executiva da companhia Inga Beale, em entrevista ao CFO Journal. No total, as despesas relacionadas ao Brexit acrescentarão mais 0,1% ao custo total anualmente para a empresa, segundo ela.
O benefício, porém, pode superar a despesa, já que uma subsidiária no coração da UE poderia gerar oportunidades adicionais de negócio, disse Beale. Cerca de 11% dos negócios do Lloyds atualmente são relacionados ao bloco. “A UE é um mercado importante para nós”, afirmou a executiva. “Nós queremos dar certeza a nossos clientes e corretores, para que não exista dúvida sobre como isso funcionará.”
A decisão ocorre um dia após o J.P. Morgan Chase enviar um memorando a seus funcionários dizendo que revisa as operações em uma série de unidades na UE. A maioria dos bancos internacionais tem muitos funcionários em Londres e atualmente investiga a melhor maneira de se preparar para a saída do Reino Unido do bloco.
A nova subsidiária do Lloyds deve estar operando até meados de 2018, para que possa fechar contratos de seguros a partir de 1º de janeiro de 2019, disse Beale. A companhia pretende solicitar uma licença de seguros na UE em breve e contratar dez a 20 novos funcionários. Atualmente, ela tem cerca de 700 funcionários em Londres.
Beale disse que a empresa também avaliou Alemanha, Irlanda, Luxemburgo e Holanda para instalar sua subsidiária. Nesta quinta-feira, a Lloyd’s of London informou que teve lucro anual de 2,1 bilhões de libras.
Os escritórios da empresa na UE, como os na Alemanha e na França, serão no futuro braços da nova subsidiária, segundo a executiva. Mas a companhia não planeja mudar sua equipe de Londres para Bruxelas ou para os escritórios já existentes na UE. Fonte: Dow Jones Newswires.