Destaque no pregão

 

O empresário Eike Batista desistiu da ideia de fechar o capital da empresa de logística LLX. A decisão foi anunciada na quarta-feira 12, após a divulgação da avaliação da companhia pelo banco americano Merrill Lynch, que estabeleceu o preço das ações entre R$ 6,94 e R$ 7,63 por ação. Batista estava disposto a pagar apenas R$ 3,13, menos da metade do mínimo sugerido pelo banco. No dia seguinte ao anúncio, as ações da empresa chegaram a cair mais de 12% e fecharam com recuo de 1,26% no pregão, cotadas a R$ 3,13, exatamente o valor oferecido inicialmente pelo empresário. A reversão da decisão, porém, pode ter tido uma mãozinha involuntária de Brasília. Segundo a analista Cristiane Mancini, a intenção do governo de liberar mais verba para a logística vai incentivar o setor. “A empresa não é lucrativa, mas as mudanças podem reverter esse quadro”, diz.

 

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Papéis Avulsos 


ALL sem espaço para elevar tarifa

 

A Agência Nacional de Transportes Terrestres reduziu entre 15% e 47% o valor máximo que a América Latina Logística (ALL), presidida por Eduardo Pelleissone, poderá cobrar pelo transporte de carga ferroviária. Apesar de a ALL cobrar tarifas em média 40% inferiores ao teto, as ações caíram 1,65% entre o dia 10 e a quarta-feira 12, recuperando-se no dia 13. A volatilidade também decorreu da incerteza com relação a algumas concessões ferroviárias, que poderão ser canceladas, com o pagamento de uma indenização pelo governo. 

 

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Educação financeira

 

O mercado de ações atrai cada vez mais pessoas, mas muitos não estão preparados. Em “Investir ou não investir?”, Alexandre Elder orienta o leitor a evitar os erros de principiantes. Ed. Campus/Elsevier, 160 págs., R$ 39,90. 

 

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Quem vem lá


Gafisa estuda abrir o capital da urbanizadora Alphaville

 

A construtora Gafisa poderá abrir o capital da Alphaville Urbanismo, desenvolvedora de condomínios de alto luxo. Na segunda-feira 10, a Gafisa informou que vai avaliar as alternativas que gerem mais valor para seus acionistas. No dia seguinte ao anúncio, as ações subiram 13,16%. “O humor dos investidores com relação à construtora está melhor”, diz o analista Flavio Conde, da CGD Securities.

 

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FIQUE DE OLHO: Conde avalia que a solução mais rápida seria a venda da Alphaville, e não a abertura de seu capital, devido às condições do mercado.

 

 

 


Saneamento


O refresco da Sabesp

 

Os papéis da estatal paulista Sabesp, presidida por Dilma Pena, e da mineira Copasa acompanharam o tombo das ações de energia elétrica na quarta-feira 12, devido ao medo do mercado de mais interferência do governo no setor de saneamento. Segundo Sérgio Tamashiro, analista da J. Safra Corretora, o temor é infundado, pois a regulação das empresas de saneamento é estadual. Para ele, as ações da Sabesp terão um desempenho acima da média, e também está otimista com relação à Copasa. 

 

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Quem vai lá 


Brasil Travel cancela viagem

 

A holding de agências de turismo Brasil Travel cancelou seu registro como companhia aberta. A empresa tentou captar R$ 1,4 bilhão com IPO em fevereiro, mas adiou os planos por falta de demanda.

 

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Touro x Urso

 

A divulgação, pelo Federal Reserve, de um pacote de ajuda bancária de US$ 40 bilhões, na quinta-feira 13, sustentou a alta dos mercados e esse efeito deverá permanecer pelos próximos dias. O índice Bovespa deverá buscar uma nova meta de 65 mil pontos antes de se estabilizar à espera de mais notícias, e o volume de negócios deverá manter-se elevado.

 

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Mercado em números


Banco do Brasil 

R$ 7 bilhões - Foi o volume atingido pelo banco em operações no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O valor do desembolso foi contratado por mais de 200 mil estudantes.

 

Taesa 

R$ 1,6 bilhão – É o valor que a empresa de transmissão de energia quer captar com a emissão de debêntures. Mesmo com os lotes extras, o valor será menor do que o aprovado inicialmente, de R$ 2,5 bilhões.

 

CSN 

R$ 1,15 bilhão - É o quanto a siderúrgica quer arrecadar com a segunda emissão de debêntures simples. Ao todo serão emitidos 115 papéis com um prazo de vencimento de oito anos. 

 

Fibria 

R$ 615 milhões – Foi por quanto a fabricante paulista de celulose vendeu ativos florestais e terras para a companhia gaúcha CMPC Celulose Riograndense.

 

Vigor 

R$ 60 milhões - É o valor que a Vigor Fábrica, subsidiária da Vigor Alimentos, vai emitir em debêntures simples, de série única, em oferta pública com esforços restritos de colocação. Os recursos serão utilizados para reforçar capital de giro.

 

 

 

 

Pelo mundo


IPO bilionário da Japan Airlines

 

Com a segunda maior oferta pública inicial de ações do ano, após o Facebook, a Japan Airlines captou US$ 8,5 bilhões em sua estreia na bolsa de Tóquio, na segunda-feira 10. As ações começam a ser negociadas em 19 de setembro.

 

 

 

 

BP vende ativos no México

 

A British Petroleum (BP) anunciou que venderá participações no Golfo do México à petrolífera americana Plains, por US$ 5,5 bilhões. A empresa espera levantar, até 2013, US$ 38 bilhões com a venda de ativos não estratégicos.

 

 

 

 

Coca-Cola volta a Mianmar 

 

A Coca-Cola anunciou que voltará a vender seus produtos em Mianmar. Agora, somente Cuba e Coreia do Norte não compram o refrigerante. Na terça-feira 11, as ações da Coca subiram 0,04%.

 

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Personagem


Nutriplant busca um lugar mais confortável

 

A Nutriplant, que produz nutrientes especiais para a agricultura, inaugurou o segmento incentivado Bovespa Mais, captando R$ 20 milhões, em fevereiro de 2008. Desde então, o clima para os negócios tem sido ruim: somente no segundo trimestre deste ano, as contas fecharam no azul. Segundo o presidente Ricardo Pansa, a estratégia agora é fabricar itens de maior valor agregado. Ele conversou com a DINHEIRO:

 

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Ricardo Pansa, presidente: foco em produtos

de maior valor agregado

 

A empresa teve problemas após abrir o capital. O que aconteceu? 

Quando captamos dinheiro no Bovespa Mais, usamos esses recursos para capital de giro e estoques de cobre e de zinco, que são algumas das nossas matérias-primas. Havíamos fechado vários contratos, mas, com a crise, nossos clientes os romperam e não nos pagaram. Para piorar, as cotações dos metais despencaram e vendemos o que havíamos estocado com prejuízo. Daí os prejuízos desde 2009.

 

Como a companhia enfrentou essa crise?

Mudamos a estratégia e procuramos negócios mais rentáveis e com maior valor agregado. Por isso, em junho deste ano, vendemos a fábrica de fertilizantes de Paulínia (SP) para a Mixfértil, por R$ 24,4 milhões, e incorporamos a empresa química Quirios, que pertencia à família dos controladores. A mudança reduz nossa exposição à volatilidade das cotações dos metais. Também trabalhamos com estoques mais reduzidos e produzimos apenas no segundo semestre. 

 

Por que isso ajuda?

No modelo anterior, nosso produto era fertilizante comum, do tipo NPK, de baixo valor agregado. Éramos obrigados a produzir durante todo o ano, o que elevava nossos custos. Agora, produzimos outros itens mais sofisticados, e de maior valor agregado. 

 

Quais são eles?

Por exemplo, os micronutrientes boro e manganês, destinados aos sojicultores. O produtor gasta R$ 9 por hectare e ganha R$ 900 de receita adicional, por conta do aumento de produtividade. Também miramos os produtores de cana-de-açúcar e de eucalipto, que ainda usam poucos nutrientes especiais. 


As mudanças têm surtido efeito?

Acredito que a estratégia está correta, pois temos um lucro acumulado de R$ 6 milhões no semestre. Os resultados podem melhorar, pois o agricultor compra mais insumos na segunda metade do ano. 

 

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Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira