Grupo Emtel celebrou uma importante marca no último mês de fevereiro: 31 anos de atuação no setor de mobilidade e transporte no Brasil. Especializada em logística e aluguel de frotas, a empresa criada em 1993, por Paulo Cesar Miranda, viu os resultados crescerem vertiginosamente, embalados pela participação em concorrências públicas. Os números se multiplicaram, também, durante a pandemia, após mudança de governança que elevou o fundador ao Conselho Consultivo, sendo substituído no posto de CEO pelo primo, Luciano Miranda Chagas, então diretor-operacional. “Hoje somos uma empresa mais moderna. Faturamos pouco menos de R$ 200 milhões em 2019 e, no ano passado, já chegamos a R$ 300 milhões”, afirmou Chagas à DINHEIRO. “Nossa meta é atingir R$ 800 milhões até 2030. Ou quem sabe até R$ 1 bilhão, o que seria um sonho.”

Uma possibilidade mais do que real diante do crescimento apresentado pela empresa desde a fundação, em Minas Gerais.

A Emtel iniciou as atividades com o serviço de transporte urbano em Belo Horizonte e, já no começo dos anos 2000, passou a realizar os primeiros trabalhos de logística.
Contratos com órgãos públicos, como o governo estadual de Minas Gerais e a Caixa Econômica Federal, impulsionaram os negócios. “Crescer naquela época era muito fácil. Dobrávamos de tamanho praticamente todos os anos, porque o nosso faturamento não era tão alto”, disse o executivo.

Assim, a companhia viu na expansão de portfólio um caminho natural. Em 2011, a empresa migrou para o serviço de locação de veículos sem motorista. “Isso foi definindo as nossas atividades nos últimos 12 anos”, afirmou Chagas, ao destacar que a Emtel também se especializou em logística. “Prestamos muitos serviços, principalmente para os Correios”.

Já em 2013 o grupo celebrou um dos seus principais contratos também na área pública. “Passamos a cuidar de toda a operação logística no estado de Minas Gerais para a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). Todo o material da companhia passa pelo nosso galpão e entregamos nas empreiteiras que executam as obras.”

(Divulgação)

Com o incremento dos negócios, de acordo com o CEO, houve a necessidade de estruturar a companhia. E isso foi possível com a mudança de governança, posta em prática a partir de 2020. A meta foi profissionalizar a empresa e prepará-la para um crescimento mais robusto – a média anual tem sido de 20%, com previsão de crescimento real de 10% para este ano.

Assim, Paulo Cesar, com características mais empreendedoras, ficou responsável por buscar novos contratos, pensar o negócio, enquanto Luciano Miranda, gestor, passou a controlar as áreas de pessoas, financeira, com o apoio de dois diretores. “Hoje somos uma empresa com controles mais bem implantados, o que facilita o nosso crescimento”, afirmou Chagas. “E isso vai facilitar a nossa captação de dinheiro para o futuro. Vai facilitar até mesmo alguma aquisição para crescermos de forma inorgânica, porque, nos últimos 30 anos, crescemos exclusivamente de forma orgânica.” Ele acredita que a empresa pode atingir receita de R$ 3 bilhões “em prazo não tão distante”, caso aposte em crescimento inorgânico.

Enquanto isso não acontece, Chagas detalha as novas estratégias de negócios da Emtel, que envolvem a redução dos investimentos na locação de veículos leves e a maior aposta em pesados e em máquinas. “Pretendemos investir neste ano R$ 50 milhões em equipamentos que vão servir tanto para construção quanto para o agro.”

Já a decisão em relação ao segmento de veículos leves tem relação com a concorrência, bem mais acirrada. “Já em máquinas, caminhões, picapes, áreas mais específicas de cada cliente, as coisas são mais distintas”, disse o executivo, ao destacar que apesar de também existirem concorrentes nesses ramos, os mercados se mostram mais restritos, além de ter um valor agregado maior”. Ele cita como exemplo o fato de o aluguel de um caminhão custar seis, sete vezes mais que o de um carro. “Você tem que implementar o caminhão, colocar uma carroceria, um guindaste, uma cabine. É mais complexo, dá mais trabalho, mas ainda é um mercado pouco explorado e de maior valor agregado.”

Como parte da estratégia de expansão, no ano passado a empresa deu os primeiros passos no segmento industrial. “Há a probabilidade de a gente ampliar esse portfólio nos próximos anos”, afirmou Chagas. “A tendência, na verdade, é de um crescimento em todas as áreas, mantendo um pouco do que é hoje a relação de faturamento em termos percentuais para cada negócio.”

Segundo ele, a locação de frota responde mais ou menos por 43% do negócio, e logística de transporte, por 39%. O restante está dividido entre os demais segmentos. E para dar conta do crescimento do negócio, a Emtel aposta em seus 5 mil ativos. “Mil são caminhões e máquinas, e os 4 mil restantes, veículos leves, picapes e motos.” O grupo tem 500 funcionários e a estimativa é alcançar 650 até o fim de 2025.