26/07/2006 - 7:00
Arquitetura moderna: na entrada da Louis Vuitton, há um átrio com 20 metros de altura e 1,9 mil hastes de aço
Um casarão localizado no número 101 da glamourosa avenida Champs-Elysées, em Paris, tem se tornado um dos destinos mais visitados pelos turistas que vão à França. Ele não é um museu, mas tem peças de museu. Não é uma livraria, mas tem livros à venda. Não é uma galeria de arte, mas tem dezenas de esculturas espalhadas. Trata-se da principal loja da grife francesa Louis Vuitton, um espaço com sete andares lúdicos onde o principal negócio não é comprar, mas, sim, ver. Como ela, outras marcas como a francesa Cartier, a italiana Giorgio Armani e a brasileira Clube Chocolate transformaram os seus principais pontos de venda em lugares onde há, além da venda de produtos, serviços que vão dos restaurantes a até floricultura. ?É uma tendência de mercado?, diz Gustavo Sued, consultor da POP Marketing, consultoria especializada em marketing de varejo. ?As marcas estão apostando no varejo como um canal de mídia?.
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Louis Vitton: Com sete andares, localizada na avenida Champs-Elysées, em Paris, tem escadas com fibras ópticas, esculturas e produtos exclusivos
LOUIS VITTON
A Louis Vuitton, por exemplo, tem lojas espalhadas pelo mundo inteiro, mas apenas a da Champs-Elysées tem esse formato diferenciado. Projetada pelos arquitetos Eric Carlson e Peter Marino, ela tem uma atmosfera charmosa. Há uma escada rolante com 20 metros de comprimento iluminada por um sistema de fibra óptica, um átrio com 20 metros de altura e 1,9 mil hastes de aço inoxidável, esculturas do artista plástico americano James Turrel, baús antigos com mais de um século e até uma livraria com edições de estilo de vida e viagens.
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Cartier: Exposições das peças mais famosas, jóias exclusivas, ateliê dos artesãos e arquivos da grife
CARTIER
A loja da Cartier, bem próxima dali, preza pela tradição. Vista como uma jóia arquitetônica, ela é decorada com móveis clássicos e os clientes podem encontrar os famosos artesãos da grife. ?Ações como essa dão prestígio à grife?, diz Luciane Robic, diretora do Instituto Brasileiro de Moda. É, de certa forma, a vitrine de tudo o que eles são capazes de fazer.
Giogio Armani: Venda de móveis para casa, restaurante com comidas mediterrâneas e uma unidade do japonês Nobu estão na Via Manzoni
GIOGIO ARMANI
O estilista Giorgio Armani soube mostrar isso com maestria na sua loja da Via Manzoni. O espaço, com seis mil m², reúne todas as famílias de produtos da grife em uma única loja. Ou seja, é possível encontrar o restaurante Armani Caffe, a Armani Casa, a Armani Jeans, a Armani Flowers e outros tentáculos da marca.
Arquitetura moderna: na entrada da Louis Vuitton, há um átrio com 20 metros de altura e 1,9 mil hastes de aço
CLUBE CHOCOLATE
Enquanto as grifes internacionais usam as lojas conceito para oxigenar a marca, a brasileira Clube Chocolate fez disso o seu principal negócio. Com cinco pontos, o maior deles em São Paulo com 2,4 mil m², ela transformou uma loja de roupas em um espaço onde os clientes encontram restaurantes, loja de chá, sexshop feminino e onde, recentemente, passou a vender até papagaios resgatados pelo Ibama. ?Faz parte do conceito tropical da marca?, diz José Xavier Neto, diretor executivo da Clube Chocolate. Mas, afinal, será que gerenciar tantos detalhes em uma loja é um bom negócio? ?Sim, porque aumenta o fluxo de visitantes?, diz Xavier. ?Além disso, podemos reinventá-la constantemente.?