06/07/2020 - 8:08
O primeiro-ministro Boris Johnson deve anunciar este mês sua decisão de retirar progressivamente os equipamentos do fabricante chinês Huawei da rede 5G britânica – informa o jornal “Financial Times” nesta segunda-feira (6), citando fontes do governo.
Já o ministro Oliver Dowden, responsável pelo setor Digital, Cultura, Mídia e Esportes, reafirmou hoje, em entrevista à Sky News, que o Executivo busca “diversificar seus equipamentos para reduzir a participação de fornecedores de alto risco, dos quais a Huawei é o principal”.
+ Huawei não terá “proibição total” de 5G na França
+ Samsung vai usar drones para monitorar rede 5G
+ Filial da Telefónica na Alemanha retira Huawei do núcleo da rede 5G
Segundo o FT, Johnson tem a intenção de excluir a Huawei, principalmente, porque as sanções americanas anunciadas em maio colocariam – conforme um relatório britânico de Segurança Nacional – dúvidas “muito, muito graves” sobre a capacidade de a Huawei continuar fornecendo material para a rede britânica 5G.
Dowden confirmou ter recebido um informe do Centro Nacional de Cibersegurança sobre o impacto das sanções dos Estados Unidos na Huawei e afirmou que podem impor “obstáculos”.
Estas sanções estão desenhadas, entre outros pontos, para impedir o acesso da Huawei aos semicondutores feitos com componentes americanos.
Nesse contexto, o governo britânico se preocupa com que os chineses recorram a equipamentos de substituição que possam oferecer novos riscos de segurança, completa o jornal.
O governo de Donald Trump acusa a Huawei de espionar para Pequim e está pressionando, no mundo todo, para que seja excluído das redes de Internet móvel de última geração.
A Huawei sempre negou as acusações de espionagem e diz que se trata, na verdade, de uma guerra comercial.
Em janeiro passado, Londres havia dado sinal verde para a participação da Huawei em infraestruturas não estratégicas de sua rede 5G, limitando sua participação a 35%.
Em maio, porém, a imprensa britânica informou que Johnson estava reexaminando os vínculos do governo chinês com a Huawei e considerava a possibilidade de excluir o grupo de seu 5G até 2023.