28/06/2021 - 8:59
Um intervalo de vários meses entre a primeira e a segunda dose da vacina anticovid-19 desenvolvida pela AstraZeneca/Oxford melhora a imunidade – afirma um estudo publicado pela Universidade de Oxford nesta segunda-feira (28).
Os pesquisadores mostraram que, longe de reduzir a eficácia da vacina, um intervalo de até 45 semanas entre as duas doses melhora a resposta imunológica ao vírus.
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“Esta deve ser uma notícia tranquilizadora para os países com menos suprimentos de vacina, que podem estar preocupados com atrasos na obtenção de segundas doses para suas populações”, comentou o professor Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, que desenvolveu a vacina junto com o grupo farmacêutico anglo-sueco AstraZeneca.
“Há uma excelente resposta à segunda dose, mesmo 10 meses depois de ter recebido a primeira”, frisou.
Outro estudo da Universidade de Oxford publicado em fevereiro pela prestigiosa revista científica The Lancet já indicava que a eficácia da vacina era maior com um intervalo de três meses entre as doses (81%) do que com um intervalo de seis semanas (55%).
Em consequência do novo estudo, os pesquisadores também descobriram que uma terceira dose injetada mais de seis meses após a segunda leva a um “aumento significativo” nos anticorpos e provoca um “forte aumento” na resposta imunológica contra a covid-19, inclusive contra as variantes conhecidas do coronavírus.
“Não sabemos se serão necessárias injeções de reforço, devido à diminuição da imunidade, ou para aumentar a imunidade contra as variantes”, disse a principal autora dos estudos, Teresa Lambe.
Ela observou, porém, que a pesquisa mostra que uma terceira dose da vacina “é bem tolerada e aumenta significativamente a resposta em nível dos anticorpos”.
“Esta é uma notícia muito animadora, caso se constate que é necessária uma terceira dose”, acrescentou.
Os pesquisadores também afirmam que a vacina provocou “menos efeitos colaterais após a segunda e a terceira doses do que após a primeira”.
A vacina da AstraZeneca, que usa uma tecnologia denominada “vetores virais” (adenovírus), provocou preocupação depois que se estabeleceu uma ligação entre sua administração e o desenvolvimento raro de trombose, mas às vezes fatais.
Como resultado, muitos países restringiram seu uso às pessoas mais velhas, e alguns pararam de usá-la.