A exploração lunar está acontecendo e dentro de poucos anos espera-se que os astronautas voltem a pisar o solo da Lua. Estes avanços, segundo as organizações espaciais, exigem que seja criado um fuso horário para o satélite natural da Terra.

Já estão programadas várias missões espaciais com destino à Lua, inclusivamente, há planos para levar pessoas novamente ao satélite da Terra, mas estes desenvolvimentos trazem novos desafios, já que à equação se juntam várias empresas privadas e agências espaciais com objetivos diferentes.

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Durante uma reunião no centro de tecnologia ESTEC da Agência Espacial Europeia na Holanda no ano passado, as organizações espaciais falaram sobre a “importância e urgência de definir um tempo de referência lunar comum”. Num novo anúncio, o engenheiro do sistema de navegação da ESA, Pietro Giordano, disse que um “esforço internacional conjunto está sendo feito para alcançar isso”.

As diferentes organizações espaciais usam atualmente os próprios fusos horários para seus cronômetros a bordo e sistemas de comunicação bidirecional. A ESA refere, no entanto, que isso “não será sustentável” na nova era da exploração lunar.

Missões de diferentes países farão observações conjuntas e podem ter que se comunicar, mesmo que não estejam trabalhando em conjunto, se estiverem na Lua em simultâneo.

Contudo, segundo os especialistas, definir um tempo lunar não será tarefa simples. A ESA refere que “a navegação precisa exige cronometragem rigorosa”, e é por isso que um dos tópicos que o grupo internacional de organizações espaciais terá que discutir é se deve haver uma única organização responsável por manter o fuso horário da Lua.

Além disso, terão que decidir se irão manter o tempo lunar sincronizado com o da Terra ou não, porque os relógios na Lua funcionam mais rápido, com base na posição do satélite. Embora tenham muitos fatores a considerar, tudo o que for criado terá que ser prático para os astronautas que vão orbitar ou mesmo pisar a superfície lunar.

Segundo Bernhard Hufenbach, membro da equipe de gestão do Directorate of Human and Robotic Exploration da ESA

“Isso será um grande desafio numa superfície planetária onde na região equatorial cada dia tem 29,5 dias de duração, incluindo noites lunares geladas de quinze dias […], mas sendo estabelecido um sistema de tempo de trabalho para a lua, podemos fazer o mesmo para outros destinos planetários”