O advogado Luciano Bandeira, de 48 anos, foi reeleito nesta terça-feira, 16, para a presidência da seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ). Às 20h50, com 82,33% das urnas apuradas, ele somava 19.465 votos (46,25% do total) e não podia mais ser superado. Em segundo lugar estava Sylvia Drumond, com 10.656 (25,33% do total), seguida de Roque Z com 5.034 (11,96% do total) e Sérgio Antunes com 3.827 (9,10% do total). Ao todo, 92 mil profissionais estavam aptos para votar. Além do presidente, foram escolhidos cargos do Conselho Seccional, de conselheiros federais, a diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados (Caarj) e os comandos das 63 subseções do Estado.

“Acho que o resultado reflete o sucesso do trabalho de todo um grupo que mudou para sempre a história da OAB-RJ. Foi o triênio mais desafiador de todos os tempos, em virtude da pandemia, e que exigiu o máximo de todos nós. E, claro, é muito gratificante ver que todo este esforço está sendo reconhecido pelas urnas”, disse Bandeira, que esteve à frente do braço local da Ordem no último triênio, após vencer a disputa de 2018 com mais da metade dos votos.

A diretoria será praticamente a mesma eleita em 2018, com Ana Tereza Basílio, como vice-presidente; Álvaro Quintão, como secretário-geral e Marcello Oliveira, como tesoureiro. A única mudança será a entrada de Mônica Alexandre como secretária-adjunta.

Para o Conselho Federal foram eleitos Paulo César Salomão Filho, Juliana Bumachar e Marcelo Fontes; além dos suplentes Fernanda Tórtima, Maria Cristina Faria Alves e Eurico de Jesus Teles Neto.

A Caarj terá Ricardo Menezes novamente como presidente Ricardo Menezes Marisa Gaudio como vice. O secretário-geral será Mauro Pereira dos Santos, tendo como secretária adjunta Julia Vera e Fred Mendes como tesoureiro.

No mesmo período em que Bandeira comandou a Ordem no Rio, seu antecessor e aliado, Felipe Santa Cruz, passou a ocupar a presidência do Conselho Nacional. O perfil dos dois, no entanto, é considerado distinto. Enquanto Santa Cruz participou ativamente de embates com o presidente Jair Bolsonaro, que já fez acusações infundadas sobre seu pai – o desaparecido político da ditadura Fernando Santa Cruz -, Bandeira tentou se manter distante do jogo político.

Os adversários de Bandeira tentaram colar nele esse aspecto político. Numa entrevista para o site Conjur, por exemplo, o candidato Roque Z alegou que os presidentes nacional e fluminense transformaram a OAB “em partido político e ‘puxadinho’ de sindicatos”. No Rio, porém, a imagem não funcionou, e o atual chefe da seccional foi reeleito com folga.

No caso do presidente do Conselho Nacional, a futura entrada dele na política já é conhecida. No momento, Santa Cruz é citado como o candidato do prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) para governador do Rio no ano que vem, após encerrar seu mandato na Ordem.

Luciano Bandeira Arantes se tornou bacharel pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em 1994. Em 2001 especializou-se em Direito Empresarial pelo Ibmec. Na gestão de Santa Cruz na OAB-RJ, comandou a Comissão de Prerrogativas da seccional.