19/09/2017 - 20:22
O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) afirmou nesta terça-feira, 19, em entrevista ao Estadão/Broadcast, que não é capaz de opinar sobre a possibilidade de o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), seu irmão, fechar um acordo de delação premiada com a Justiça. Lúcio disse não poder emitir opinião sobre o assunto, porque “ninguém sabe o que está passando pela cabeça de Geddel lá dentro” do presídio da Papuda, em Brasília, onde o ex-ministro está preso em regime fechado desde 7 de setembro.
“Não defendo nem ‘desdefendo’ (sic) que Geddel faça delação. O que defendo é que ele tem que ter amplo direito de defesa e o benefício da dúvida”, afirmou o deputado federal. “Não posso emitir opinião, porque quem é responsável pela defesa é ele e o advogado dele. Sou agrônomo. Ninguém sabe o que está passando pela cabeça dele lá dentro”, acrescentou Lúcio, após insistência da reportagem. O deputado afirmou ainda que Geddel fará sua defesa “no momento adequado” e só vai se pronunciar “nos autos do processo”.
Após duas semanas longe da Câmara, Lúcio retomou a atividade parlamentar nesta terça-feira. Ele não registrava presença na Casa desde o dia 5 de setembro, mesmo dia em que a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em dinheiro vivo em caixas e malas guardadas dentro de apartamento em Salvador, cidade onde Geddel e Lúcio moram. O imóvel pertence a um empresário, que informou ter emprestado o apartamento para Lúcio. Agentes da Polícia Federal encontraram as digitais de Geddel nas notas.
Lúcio afirmou que, durante o período de afastamento, ficou cuidando da mãe, idosa, por orientação médica. Segundo ele, a prisão do irmão afetou muito a mãe, que já é acometida por outros problemas de saúde. “Da minha parte, não tenho informações para dar (sobre possível delação de Geddel). Vocês devem se dirigir à defesa dele. Estou preocupado em cuidar da minha família e continuar exercendo meu mandato como sempre fiz, levando recursos para os municípios que represento”, afirmou o deputado, sem querer comentar sobre a origem dos R$ 51 milhões.
O parlamentar baiano afirmou ainda que, desde a prisão de Geddel, não falou com o presidente Michel Temer ou com ministros que dão expediente no Palácio do Planalto sobre o assunto. “Não falei com nenhuma pilastra do Palácio do Planalto sobre isso. Mas, se necessitar tratar de temas de interesse do meu Estado, vou sem nenhum constrangimento”, afirmou, dizendo desconhecer qualquer temor do Planalto de que seu irmão venha a fazer delação premiada, como mostrou o Estadão nesta terça-feira.