26/05/2004 - 7:00
Esqueceu de ir ao banco sacar o dinheiro da mesada do filho? Pensou em comprar um champanhe para comemorar com os amigos? Acabou o pó de café? Quer almoçar com a família no domingo? É só parar no posto de combustível. Não se trata da antiga loja de conveniência, em cujas prateleiras apareciam salgadinhos, refrigerantes, balas e olhe lá. Os postos estão virando verdadeiros shopping centers ? em alguns casos, de alto padrão, com direito a video-locadoras, caixas eletrônicos de bancos, supermercados… Dá até para encher o tanque. O negócio começa a atrair investidores, como o engenheiro Sergio Luz, dono da Kelp Empreendimentos. Ele já construiu oito postos tudo-em-um no eixo Rio?São Paulo. A obra é bancada por cotistas que, em troca, recebem parte dos aluguéis das lojas.
É bem verdade que os derivados de petróleo ainda respondem pela maior fatia das receitas de R$ 121 bilhões do setor de combustíveis. Mas, a cada ano, cresce a participação das lojas. Em 2003, foram R$ 1,01 bilhão. ?O segmento vai continuar avançando acima de 10%?, aposta Jerônimo dos Santos, gerente da Ipiranga, dona da rede AM/PM. A Esso também vê com bons olhos essa área. Acaba de abrir, no Rio, a primeira das 20 lojas On the Run que programou para 2004. Vai gastar R$ 40 milhões. A importância desse filão é tamanha que o Sindicom, associação do setor, criou uma feira para fisgar interessados em investir. A Expo Postos & Conveniência começa em 29 de junho, em São Paulo, com expectativa de gerar R$ 50 milhões em negócios. ?Uma loja pode aumentar até 20% as vendas de combustível?, diz Francisco Pereira, gerente de Marketing da BR, subsidiária da Petrobras.
O empresário Marcio Zalkind não esperou o chamado das distribuidoras. Há quatro anos ele ergueu um pequeno shopping às margens da rodovia Raposo Tavares (Cotia-SP). Gostou tanto da história que resolveu assumir também a operação do posto BR em torno do qual brilham os letreiros em neon de grifes de sucesso. ?Já estou de olho em outro terreno na região de Alphaville (SP)?, adianta.