Os quatro maiores bancos brasileiros listados na B3 registraram, em 2024, o maior lucro nominal de sua história. De acordo com dados compilados pela consultoria Elos Ayta, o lucro consolidado dessas instituições alcançou R$ 108,2 bilhões, um avanço de 18,6% em relação a 2023. Os números são baseados nas demonstrações contábeis sob as normas BR GAAP, sem ajustes para lucros recorrentes ou extraordinários.

O Itaú Unibanco se destacou ao atingir um lucro líquido de R$ 40,2 bilhões no ano, o maior já registrado por um banco brasileiro. Com isso, a instituição retoma a liderança em lucratividade entre os gigantes do setor, posição que havia sido ocupada pelo Banco do Brasil nos dois anos anteriores (2022 e 2023).

Entre os quatro bancos analisados, o Banco do Brasil apresentou o menor crescimento percentual em 2024, com alta de 4,8% em relação ao ano anterior e atingiu R$ 35,4 bilhões. Já o Santander teve a maior expansão, com avanço de 50,2%, registrando lucro de R$ 12,4 bilhões, seguido pelo Bradesco, que cresceu 26,2%, com lucro de R$ 19  bilhões. 

Bancos crescem com juros elevados

O desempenho dos bancos reflete um cenário de resiliência do setor financeiro, mesmo em um ambiente desafiador de juros elevados e crédito seletivo. A manutenção da taxa básica de juros em níveis elevados tem sido apontada por analistas como um dos fatores que potencializam a lucratividade das instituições financeiras, dado o impacto positivo sobre a margem financeira e a receita com operações de crédito e títulos públicos.

Outro fator relevante para o desempenho dos bancos em 2024 foi a dinâmica do Provisionamento para Devedores Duvidosos (PDD). O Banco do Brasil, apesar de ter registrado o menor crescimento percentual no lucro, foi o banco que apresentou o maior volume de provisões entre os quatro analisados. Esse movimento contribuiu para a redução do nível consolidado de provisionamento do sistema bancário, refletindo uma postura conservadora na gestão de riscos de crédito. Por outro lado, os demais bancos ajustaram suas provisões de forma mais moderada, impactando diretamente a evolução de seus resultados.

A retomada da liderança do Itaú Unibanco em rentabilidade reforça a competição acirrada no setor bancário brasileiro, enquanto o crescimento expressivo do Santander e do Bradesco aponta para uma recuperação mais robusta dessas instituições.

Os resultados consolidados mostram que, apesar dos desafios macroeconômicos, os grandes bancos seguem como protagonistas do mercado financeiro nacional, sustentados por diversificação de receitas, eficiência operacional e estratégias focadas em crescimento sustentável.