06/05/2015 - 8:52
O crescimento do lucro líquido da Ambev no primeiro trimestre de 2015 foi impactado por alta de despesas financeiras e uma maior alíquota efetiva de impostos. A companhia destacou esses efeitos em sua divulgação de resultados e ponderou que eles compensaram parcialmente o crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
O lucro líquido atribuído a participação dos controladores registrado pela Ambev no primeiro trimestre de 2015, de R$ 2,810 bilhões, ficou abaixo das estimativas do mercado. O resultado reportado foi 7% menor que a média das projeções nove instituições financeiras consultadas pelo Broadcast (Bank of America Merrill Lynch, BTG Pactual, Credit Suisse, Goldman Sachs, Itaú BBA, JPMorgan, Morgan Stanley, Votorantim Corretora e UBS).
As despesas financeiras líquidas da Ambev totalizaram R$ 481,7 milhões no primeiro trimestre de 2015, alta de 30,6% sobre os gastos observados em igual período de 2013.
A companhia informou que a alta ocorreu devido a uma maior despesa adicional sem efeito caixa referente à opção de venda associada ao investimento na Cervecería Nacional Dominicana (CND). Além disso, afirmou que houve perdas com derivativos relacionados à implementação da política de hedge e perda com variação cambial sobre contas a pagar e empréstimos intercompany, como consequência da depreciação do Real.
A alíquota efetiva de impostos aumentou na comparação anual, passando de um porcentual de 17,5% para 24,3%. A Ambev informou que a variação se deve, principalmente, a um impacto negativo extraordinário de aproximadamente R$ 360 milhões, relacionado a transações intercompany. A alíquota nominal ponderada no trimestre foi de 32,7% comparada a 32,8% do primeiro trimestre de 2014.
De janeiro a março, a companhia teve uma despesa não-recorrente de R$ 7,8 milhões, crescimento ante os R$ 6,6 milhões do mesmo período do ano anterior.
O endividamento consolidado da companhia ao final de março era de R$ 2,691 bilhões, avanço de 2,6% ante o montante de R$ 2,622 bilhões do encerramento de 2014. Do total, R$ 2,085 bilhão estava em moeda local e R$ 605,1 milhões em moeda estrangeira. A companhia encerrou o primeiro trimestre com caixa líquido de 5,122 bilhões ante R$ 7,713 bilhões em dezembro.
Lucro, Ebitida e Receita
O lucro líquido atribuído a participação dos controladores registrado pela Ambev no primeiro trimestre de 2015, de R$ 2,810 bilhões, ficou abaixo das estimativas do mercado. O resultado reportado foi 7% menor que a média das projeções nove instituições financeiras consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, (Bank of America Merrill Lynch, BTG Pactual, Credit Suisse, Goldman Sachs, Itaú BBA, JPMorgan, Morgan Stanley, Votorantim Corretora e UBS). A média apontava para lucro atribuído ao controlador, excluindo participação de minoritários, de R$ 3,030 bilhões entre janeiro e março do ano passado.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da fabricante de bebidas foi 8% superior ao o esperado. A Ambev reportou um Ebitda ajustado de R$ 5,072 bilhões, enquanto a média das estimativas indicava um montante de R$ 4,659 bilhões. O cálculo dos analistas considerou o dado ajustado, que exclui receitas e despesas não-recorrentes.
A receita líquida de R$ 10,768 bilhões divulgada pela companhia também ficou acima do esperado pelos analistas. Os profissionais esperavam receita de R$ 10,123 bilhões, em média, e o resultado foi 6% superior.
O Broadcast considera que os resultados estão em linha com as projeções quando a diferença para cima ou para baixo é de até 5%.