06/05/2021 - 8:57
(Reuters) – A Ambev registrou lucro líquido de 2,73 bilhões de reais no primeiro trimestre, mais do que dobro do verificado um ano antes, em desempenho ajudado pela redução de medidas de restrição adotadas por causa da pandemia de Covid-19, bem como melhora no resultado financeiro.
Em termos ajustados, o lucro foi de 2,76 bilhões de reais, alta de 124,9% ano a ano, de acordo com o balanço divulgado nesta quinta-feira.
A receita líquida somou 12,64 bilhões de reais, um crescimento orgânico de 27,8% ano a ano. Em termos de volumes, houve expansão de 11,6%, para 43,53 milhões de hectolitros. Por hectolitro, a receita subiu 14,5%.
“A maioria dos países apresentou crescimento de volume sustentado, com oito dos dez principais mercados entregando crescimento de volume em relação ao ano anterior e sete já atingindo níveis de volume superiores a 2019”, afirmou a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
No Brasil, houve crescimento orgânico de 26,1% na receita líquida, com aumento de 12,1% nos volumes. Em Cerveja Brasil, houve expansão orgânica de 16% nos volumes e elevação de 30,6% na receita.
Para 2021, a Ambev afirmou esperar que continue sendo um ano desafiador e volátil devido à Covid-19, mas que segue a trajetória de recuperação graças ao impulso comercial contínuo desde o terceiro trimestre do ano passado.
No caso do Brasil, a expectativa da companhia é de que a pressão sobre as margens permaneça, não apenas em decorrência do câmbio e preços das commodities desfavoráveis, mas também devido ao aumento de despesas gerais e administrativas, “principalmente em função de maiores provisões de remuneração variável”.
“No entanto, o desempenho melhor do que o esperado da nossa receita deve continuar impulsionando nossa recuperação e ajudar a compensar parcialmente as pressões sobre o custo.”
Citando a trajetória de recuperação no Brasil e performance mais forte das operações internacionais, a Ambev estima que o desempenho do Ebitda ajustado consolidado do ano deve melhorar… com receita se recuperando de forma mais rápida que o bottom line (lucro).”
No primeiro trimestre, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado apurou uma expansão orgânica de 23,8%, para 5,33 bilhões de reais, embora a margem tenha recuado 1,1 ponto percentual, para 32%.
O custo dos produtos vendidos (CPV) aumentou 35,3%. Em uma base por hectolitro, o avançou 21,3%. As despesas com vendas, gerais e administrativas aumentaram 13,9%, principalmente em razão de provisão de remuneração variável e maiores despesas de distribuição.
O resultado financeiro ficou negativo em 1,06 bilhão de reais, mostrando melhora em relação ao desempenho negativo de 1,54 bilhão de reais no primeiro trimestre do ano passado.
Em termos consolidados, analistas do Credit Suisse afirmaram que a AmBev mostrou um desempenho operacional sólido e superou as estimativas nas linhas de volumes, receita líquida e Ebitda, aguardando uma reação positiva das ações da fabricante de bebidas nesta sessão.
(Por Paula Arend Laier)